CAP 23

39 5 0
                                    

Acordei morto de ressaca. Minha cabeça doía tanto que eu pensei que fosse explodir

— Aires?

Ouvi uma batida na porta e enfiei o rosto nos travesseiros

— o que é?

O Daniel entrou e parou ao lado da minha cama

— voce perdeu todos os compromissos da manhã

— me deixe em paz

— levante, esse quarto está fedendo bebida barata

Ele abriu a janela, fazendo a luz do sol e um vento gelado entrar. Precisei de muito esforço para levantar e me sentar na beirada da cama

— o que você fez?

— han?

— quem deixou essa marca no seu pescoço?

Levantei e caminhei até um espelho. Meu pescoço tinha um chupão enorme, além de alguns arranhados no peito

— eu não me lembro de nada

— você precisa ter responsabilidade, é casado agora

Flashes da noite passada surgiram na minha mente e eu me lembrei da Nicole perto da minha cama

— a Nicole esteve aqui, eu acho — Sentei em uma poltrona e esfreguei os olhos — estou ficando louco

— por qual motivo?

— tenho alucinações e sonhos com a Zaya, as vezes não sei o que é real e o que não é. A Nicole estava aqui e então tudo virou uma lembrança antiga, eu não sei o que fiz

— você bebeu muito, tome um banho e desça para almoçar. Onde está sua aliança?

— hmm, acho que perdi

— tudo bem, a gente arruma outra

— eu vou perder a outra também

Ele revirou os olhos e foi em direção a porta

— você tem 10 minutos, vou esperar aqui fora

Entrei no banheiro depois que ele saiu e me enfiei no chuveiro. Depois de um banho rápido, passei 5 minutos escovando os dentes e tentando tirar aquele gosto de rum barato da minha boca

A janela ainda estava aberta e fazia um baita frio. Peguei uma calça preta, camisa e um casaco mais quente, depois calcei as botas e sai

— podia ao menos ter penteado o cabelo

— não enche meu saco

Fomos para o salão e sempre quando eu entrava às pessoas paravam de falar. Observei cada um sentado e quando olhei para a Nicole ela abaixou a cabeça

Eu sequer dava atenção para qualquer um, apenas sentava lá e comia em silêncio, mas hoje a comida me embrulhava mais ainda o estômago, então fiquei segurando a faca e observando os nobres

— de novo? Você realmente é um venho inútil

A Lady Garcia estava maltratando o senhor mais uma vez, reclamou da comida por um longo tempo e por fim tentou jogar o prato nele. Ela não conseguiu, pois antes que fizesse isso eu soltei uma rajada de vento que fez todos os pratos voarem. Um silêncio se instalou e eles me olharam assustados

— Lady Garcia, acho que já está na hora da senhora voltar para suas terras

— o que? — disse confusa

— aqui em minha casa nós respeitamos a todos, incluindo os funcionários do palácio

— majestade, eu...

IncompatívelOnde histórias criam vida. Descubra agora