CAP 33 - Aires

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A minha vida mudou completamente com os 8 meses que passaram. Observei o bebê sentado na minha mesa babando em todos os meus papéis e sorri

— você não pode comer isso, Kalel

Tirei o envelope da mão dele e ele começou a fazer biquinho parecendo que ia chorar

— não, pode engolir essas lágrimas

Fiz cosquinhas em sua barriguinha e o choro foi substituído por uma risada gostosa

— majestade — Olhei para a porta e um guarda estava parado me olhando — tem um homem a sua espera, ele disse que é joalheiro

— certo, pode deixá-lo entrar

Um homem entrou no escritório segurando uma bolsa e eu o cumprimentei. O Mazon me disse que ele era um viajante, ia a todos os lugares do mundo e tinha as joias mais raras de todas

— como posso ajudá-lo, majestade?

— quero um anel de casamento

— certo

Ele abriu a bolsa e tirou alguns anéis lá de dentro. Eram diversos tipos diferentes, de todos os tamanhos

— eu tenho certeza que você tem algo melhor aí na bolsa

Com um sorriso o homem tirou uma caixa e dentro havia um anel bem bonito. O aro era fino e a pedra azul brilhava como o céu a noite

— é um diamante azul, o mais raro de todos. Em toda a minha vida eu só vi um 

— onde conseguiu?

— não se tem ideia de quem foi o primeiro dono, ele foi encontrado após um naufrágio

Custou muito caro, mas eu tinha certeza que a Zaya ia gostar. Quando o homem saiu eu peguei o Kalel no colo e caminhei até a janela

— eu sei que já a pedi em casamento, mas dessa vez é para valer — disse o observando tentar colocar o anel que eu segurava na boca

A porta foi aberta e o Alexei entrou caminhando todo sorridente

— eu vim buscar ele para comer

— senta, precisamos conversar

— o que foi?

Eu me sentei no sofá de frente para meu amigo e o Kalel esticou os bracinhos para ele

— qual a sua com a Nicole?

— que? Nós somos só amigos

— você não sai de perto dela e dos meninos mais

— não tem nada entre nós

— você é meu irmão Alexei e eu sei quando está mentindo

Ele suspirou e pareceu tenso enquanto me olhava

— eu estava no estábulo um dia e ela chegou toda sorridente e cantando. Nem parecia aquela garota nojenta que convivíamos todos os dias e aí a gente acabou se aproximando

— e o que mais?

— ficamos juntos algumas vezes, mas você tinha que se casar e eu terminei tudo

— porque você não me disse?

— você é o rei, eu não tinha direito de interferir nas suas escolhas

— mas você nunca demonstrou absolutamente nada por ela, muito pelo contrário

— eu pensei que se você a achasse repugnante mudaria de ideia, ou que se eu a fingisse odiar isso se tornaria realidade

— eu nunca teria me casado se você tivesse dito algo

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