CAP 34 - Zaya

48 4 0
                                    

Acordei com uma dor tão forte que tornava até respirar difícil. O quarto estava todo escuro, eu sequer conseguia enxergar o Aires ao meu lado e o máximo que consegui foi agarrar o braço dele

— princesa? Tudo bem? — questionou sonolento

— eu...eu estou com muita dor

— dor a onde?

— na minha barriga

— eu vou chamar um médico

— não saia de perto de mim

Agarrei sua mão forte e mais uma onda de dor se espalhou pelo meu corpo

— amor, eu não sei o que fazer... me deixe ir até a porta

— Aires, isso doí muito

— estou com você, respire fundo

Ele me acompanhou em algumas respirações profundas e por fim saiu correndo da cama e foi até a porta. Fechei os olhos com força e o meu estômago todo revirou, pensei que fosse vomitar

— o bebê... ele vai nascer... essas dores.. aiii

— shh, o médico já vem

Quando abri os olhos o quarto não estava mais naquela escuridão de antes. Agora eu conseguia ver seu rosto preocupado me olhando e as nossas mãos enlaçadas sobre a minha barriga

— majestades

O médico entrou no quarto com sua maletinha e veio até a cama

— o que você está sentindo, querida?

— dor, tudo dói

Ele se virou para o Aires e pediu para que ele esperado lá fora. O mesmo não queria sair de jeito nenhum e só aceitou quando eu pedi jurando que ia ficar bem

— preciso ver se você está com dilatação

As coisas pareciam borrões, eu comecei a sentir mais um pico de dor e precisei de uma bacia para vomitar

— o seu bebê está quase nascendo sozinho

Ele pediu algumas coisas e eu não conseguia pensar em nada. Fechei meus olhos e chamei pelo Aires, que entrou quase arrancando a porta

— o que ela tem?

— o bebê vai nascer

— agora?

— sim, você precisa fazer força ok?

A dor era insuportável. Eu fiz tudo que ele pediu mas ainda assim não passou

— mais uma vez, vamos lá ?

O Aires tirou os meus travesseiros e sentou atrás de mim, me mantendo entre suas pernas

— vamos princesa, nossa bebê está quase aqui

— eu não consigo — chorei

— consegue sim, você é a pessoa mais destemida que conheço

Apertei as mãos dele e mais uma vez fiz uma força que eu sequer sabia que era possível fazer

— está quase, já consigo ver a cabecinha

O Aires tirou meu cabelo soado da minha testa e disse algumas coisas fofas no meu ouvido

— estou com você, meu amor

Deitei a cabeça para trás em seu peito e ele fez alguma coisa com o clima. Tudo ficou mais fresco, eu sentia o vento batendo no meu rosto e era ótimo

IncompatívelOnde histórias criam vida. Descubra agora