Droga de sentimento.

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POV Maraisa

Não sei porque eu fugi. Também não sei porque deixei ela me beijar.

Mas eu que puxei ela não foi? Então eu queria aquele beijo.

Ai que ódio, como eu sou idiota.

Mas que beijo maravilhoso!!

Céus, aquela boca tem um gosto divino, sabor de saudade, de delírio.

Merda Maraisa, para de lembrar daquele beijo maravilhoso.

Me olhei no espelho do banheiro, hora de voltar pra casa antes que as coisas piorem.

Passei pelo salão do barzinho direto pra porta.

Eu ouvi a voz de Vero me chamando, de Marilia também.

Não olhei pra trás.

Peguei o primeiro táxi que vi na frente e fui embora.

Tomei um banho rápido e pus minha calça moletom e um top.

Demorei pra dormir, lembrando de cada detalhe, cada sensação, do gosto, do cheiro, de absolutamente tudo sobre aquele maldito beijo.

A Mendonça não tem coração? Porque me torturar, brincar comigo, me fazer de trouxa daquele jeito? O que que eu fiz para aquela mulher ser assim comigo?

Em algum momento caí em um sono cheio de imagens de bocas carnudas.

Acordei com uma sucessão de batidas na porta, como se alguém quisesse derrubar minha casa.

Levantei trôpega, amaldiçoando Verônica por me acordar assim.

Abri a porta com um monte de palavrões na ponta da língua, que eu engoli imediatamente ao ver a Marília parada na minha porta.

Marilia me avaliou da cabeça aos pés.

-O que faz aqui? - Perguntei cruzando os braços em frente ao peito.

-A gente precisa conversar Maraisa.

-A gente conversa na editora, pode ir embora.

- Maraisa, por favor.

Naquele momento eu odiava tudo em Marília, desde seu vestido preto justo, as suas botas de cano baixo, a maquiagem perfeita e aquele cabelo sedoso e macio.

-Não Mendonça, apenas vá embora.

-Não vou embora sem falar com você.

Jogo os braços pra cima bufando e entro, ouvindo Marilia me seguir.

Ela fecha a porta e me segue até a cozinha onde começo a preparar o café, sentindo o olhar dela sobre mim.

-Porque foi embora sem de despedir de ninguém?

-Porque eu quis.
Ouvi ela suspirar.

-A gente não é mais criança Maraisa. Pode olhar pra mim enquanto fala?

Giro nos calcanhares, pondo as mãos nos quadris e encarando a ela.

-O que você quer Marília?

-Conversar.

-Conversar o que?

-Porque você fugiu daquele jeito Maraisa?

Deixei que a raiva me dominasse naquele momento.

-Porque eu fugi? Pra não bancar a idiota de novo Marilia.

-Do que você tá falando?

-Daquele maldito beijo.

A PROFESSORA DA MINHA FILHA.Onde histórias criam vida. Descubra agora