Meu grande amor.

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POV Maraisa:

Eu acordei atrasada, o que sinceramente não era novidade.

Depois de um banho rápido, coloquei uma roupa simples, calça jeans escura com rasgos nas pernas, camiseta preta estampada com "NIRVANA" e meus inseparáveis coturnos.

Minha mãe diria que ainda me visto como uma adolescente, mesmo já estando com quase 25 anos, mas eu não posso fazer nada se gosto desse estilo meio largado.

Quando saí do quarto soltei um breve gemido, meu apartamento está uma bagunça, e por mais que eu prometa pra mim mesma que vou dar um jeito nele, nunca consigo cumprir minha promessa.

Olho rapidamente no espelho da sala, os cabelos bagunçados artisticamente me davam um ar legal, a maquiagem leve bem feita. Minha calcinha aparecia acima da calça jeans que tratei de puxar pra cima.

Coloco os óculos escuros e pego as chaves do meu querido carrinho, no qual entro e sigo, um pouco rápido demais, em direção a escola onde dou aula.

Essa é uma parte da minha vida que é um tanto complicada. Eu venho de uma família de médicos, cirurgiões pra ser mais exata.

Meus queridos pais, seu Marco e dona Almira se conheceram durante a residência, se apaixonaram, casaram e tiveram três filhos.

Eles sempre esperaram que eu seguisse seus passos, foi um verdadeiro choque quando eu disse que faria letras ao invés de medicina.

Isso quase causou uma ruptura na família, quase, mas graças a Deus, meus pais acabaram entendendo que o amor da minha vida é dar aulas e escrever.

Estacionei meu carro em frente a New York Elementary School, uma das melhores escolas do estado, onde só consegui dar aulas graças a amizade que conservo com a diretora, Paulinha.

Eu e Paula fizemos faculdade juntas, mas ela se especializou em pedagogia, era apenas a coordenadora quando me indicou para dar aula para a turma de primeiro ano.

Durante dois anos dei aula pras turmas de primeiro ano, mas como me dei bem demais com a turminha do ano passado, convenci Paula,que agora é diretora, a me deixar acompanhá-los e ser também sua professora de segundo ano.
Também dou aulas no período da tarde pro ensino médio, mas não é tão prazeroso quanto dar aula pra crianças de seis e sete anos.

Entrei na sala dos professores e encontrei Bruno, professor de química, era o homem mais gay que conheci na vida. Ele é também muito gentil e engraçado.

-Bom dia Maraisa. Como está?

-Bom dia Bruno, tô bem e você?

-Um caco. Saí com um bofe ontem... Foi uó... Nem tamanho digno ele tinha.

Dei risada com o jeito de Bruno, era tão difícil imaginar como um cara como ele conseguia enfrentar uma turma de adolescentes com aquele jeito tão claramente gay.

Quando o sinal tocou peguei meu material e fui pra sala. A coisa que eu mais odiava era ver aquelas crianças de uniforme, porque na minha opinião, criança tem que usar roupa de criança.

Entrei na sala do segundo ano e esperei minha turminha chegar, sorrindo pra cada um deles quando entrava, em especial pra uma certa menina de traços latinos.

Ana Luiza Mendonça era a aluna mais gentil, inteligente, doce e educada que eu tinha. Eu não demonstrava favoritismo entre meus alunos, mas aquela lindeza era minha favorita.

-Bom dia professora Maraisa.

-Bom dia Ana, como você está?

-Estou muito bem professora.

A PROFESSORA DA MINHA FILHA.Onde histórias criam vida. Descubra agora