cachoeira.

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POV Marilia

Maraisa só pode estar louca.

-Eu não vou pular na cachoeira.

-Porque não?

- Maraisa, isso tem uns trinta metros.

-Vinte e sete. Vamos Marilia, é legal.

-É muito alto Maraisa, eu não vou pular.
Maraisa me olhou nos olhos. Eram lindos, Claro que eu já tinha sido encarada por aqueles olhos, mas não dessa forma.

Ela estava tão próxima... Me senti tonta de repente com a força daquele olhar.

-Por favor Marilia.

Não. Não. Não. Não.

Era isso que gritava meu inconsciente.

-Sim. - Respondi diante daquele olhar hipnótico.

O sorriso dela foi resplandecente.

-Vou colocar um biquíni ali nas árvores. Se vista também.

Ela saiu e eu comecei a me trocar.

Burra, idiota. Porque? Porque ela de repente me faz ter essas reações.

Eu já estava de biquíni e ela voltou com um biquíni preto e a parte de cima do biquíni dela estava tão chamativo com aqueles seios.

Minha mente deu um certo branco diante dessa visão.

Quem eu sou, onde estou e o que estou fazendo?

-Vamos? - Porque eu nunca reparei em como a voz dela é aveludada?

-C-Claro.

Não sei dizer se a subida foi longa ou curta. Tudo o que consegui registrar foi a beleza da mulher a minha frente e o calor de sua mão segurando a minha.

Só me dei conta do que eu tava fazendo quando estava lá encima e havia uma queda enorme, na minha frente, que uma maluca queria que eu pulasse.

- Maraisa não dá. Eu não vou conseguir.

-Vamos Marilia, já viemos até aqui.

-É muito alto.

-Você consegue.

Olhei a queda outra vez.

-Não consigo não.

-Claro que consegue. Vamos fazer assim, a gente pula juntas.

-Mas...

-Sem mas Marilia ,vamos pular logo.

Ela segurou minha mão e percebi que não tinha escapatória.

-Quando eu disser três. - Disse ela confiante do meu lado.

Balancei a cabeça e ouvi sua risada.

-Um... - Disse ela me lançando olhares estranhos. - Dois. - Minhas pernas tão tremendo tanto que não sei se consigo dar um passo. - E... - Marilia sua perfeita idiota. - Três!

Ela correu me puxando e pulamos juntas.

Eu gritei.

A sensação era que eu não iria parar de cair nunca.

Senti meus pés se chocarem com a água e tive tempo apenas de prender a respiração.

Fiquei submersa por alguns segundos vendo aquela maravilha da natureza, bem ali diante dos meus olhos.

Voltei a superfície e passei a mão livre no rosto enquanto Maraisa voltava, ainda segurando minha mão.

Meus pés se moviam embaixo da água me mantendo na superfície.

Maraisa deu um grito de triunfo, me abraçou pela cintura e me beijou.

O mundo pareceu ser nada perto da sensação da boca dela na minha.

Seus lábios eram macios e quentes, apesar da temperatura da água, se moviam delicadamente sobre os meus.

Eu não fiz nenhum movimento, mas no meu íntimo queria que ela aprofundasse o beijo.

Eu queria sentir sua língua dançando em sincronia com a minha, queria seu corpo mais colado no meu, queria suas mãos explorando meu corpo...

Mas ela se afastou.

-Tenho certeza que você gostou. - Disse com um sorriso.

-Eu adorei. - Respondi também sorrindo.

-Viu? A queda nem faz diferença.

Olhei pra ela e finalmente entendi, Maraisa não se referia ao beijo, ela falava da porcaria do pulo.

Uma frustração sem limites se apoderou de mim.

Nadei pra longe e comecei a por as roupas assim que saí na margem.

-O que tá fazendo? - Perguntou ainda nadando.

Não respondi, apenas juntei minhas coisas e saí rumo a floresta.

Após alguns passos eu sinto uma mão molhada no meu braço.

-Espera. - Disse a voz aveludada.
Me virei, puxando o pulso com uma força desnecessário.

-Me solta. - Eu praticamente rosnei.

Maraisa se encolheu um pouco, mas não soltou minha mão.

-Você não pode ir, não vai achar o caminho.

Puxo meu braço, finalmente o soltando.

-Eu prefiro me perder a ficar mais um minuto com você. - Ela me olhou como se não tivesse entendido, isso foi o que faltava pra eu soltar tudo. - Você é uma completa imbecil. Me arrasta até aqui, me faz pular de uma cachoeira, me beija, se afasta como se nada tivesse acontecido e agora vem agindo desse jeito protetor. Pode até parecer que não mas eu tenho sentimentos Pereira  e não vou deixar você brincar com eles.

Os olhos de Maraisa se estreitaram. Ela me puxou pela cintura e novamente colou nossos lábios.

Tentei empurrar aquele corpo musculoso, mas ela nem se moveu a não ser pra me apertar mais em seus braços.

Não sei quanto tempo eu resisti, em algum momento percebi que cruzei meus braços em seu pescoço, retribuindo o beijo.

Sua língua era ainda melhor que seus lábios, dançava com a minha em uma sincronia perfeito.

Nossos corpos se encaixavam de um jeito, que fazia parecer que foram feitos um pro outro.

Seus dedos traçavam desenhos suaves em minhas costas e gradativamente eu me senti ficar sem ar.

Quando os lábios de Maraisa deixaram os meus, foi apenas pra deslizarem sobre meu pescoço, me fazendo arrepiar com seu toque.

Aos poucos nossas mãos foram tirando cada peça de roupa que usávamos.

Maraisa me pousou gentilmente sob a toalha do pequinique.
Puxo meu braço, finalmente o soltando.

Foi ali, encima de uma toalha de mesa, no chão arenoso, nos pés da queda de uma cachoeira... Que eu e Maraisa Pereira fizemos amor pela primeira vez.

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A PROFESSORA DA MINHA FILHA.Onde histórias criam vida. Descubra agora