POV Marilia
Abri os olhos em um quarto totalmente branco.
Meu peito doía, minha cabeça rodava, mas uma coisa em mim gritava. Eu estava viva.
Olhei para os lados e vi Maraisa dormindo numa poltrona desconfortável.
Seu braço estava enfaixado, mas ela parecia bem.
Um grande alívio me percorreu, Maraiss estava bem.
Me lembro bem de ter batido muito em Lauana, do sangue, da dor nas mãos Então ela levantou, tinha um estilete na mão e enterrou ele no meu peito.
Não sei se foi pela dor ou pelo choque, mas eu apaguei.
Agora acordo aqui, com uma máscara de oxigênio, uma dor no peito, mas o importante era que a Maraisa estava bem do meu lado.
Peguei novamente no sono, quando eu acordei novamente a luz tinha mudado, parecia que havia amanhecido.
Olhei pros lados, mas o quarto agora estava vazio.
Eu sentia sede, muita sede.
Procurei com o tato a campainha que fica ao lado das camas de hospital, toquei e esperei.
Depois de algum tempo, Marcos entrou pela porta.
-Olha só quem acordou, minha cunhadinha. Quer alguma coisa?
-Água. - Digo numa voz rouca , que eu não acreditaria ser minha.
-Claro, você tá com sede. É por causa dos remédios. - Ele vai até uma jarra e coloca água em um copo, pega um canudo e vem até mim. - Sei que não é o mesmo que dar aquela golada num copo geladaço, mas por enquanto vai ter que se contentar com isso.
Tomo o copo todo e peço mais. Depois do segundo copo, me sinto até cansada.
Marcos confere alguns aparelhos, mede minha pressão e outras coisas.
Depois puxa minha coberta, abre o roupão que estou usando e olha algo em meu peito.
-Sua cicatrização é muito boa. Isso aqui vai sarar rapidinho.
-O que aconteceu? - Pergunto na mesma voz rouca de antes.
-O colete a prova de balas salvou sua vida, se não fosse por ele, o instrumento teria perfurado diretamente seu coração, mas ele estava ali e não permitiu que chegasse perto. Seu pulmão é outra história, foi perfurado e você passou por duas cirurgias. Mas agora tá tudo bem.
- Ana?
-A Ana e a Aline não se feriram, elas estão bem e vem todo dia visitar você.
-A quanto tempo eu tô aqui?
-Duas semanas.
Arregalei os olhos.
-Ah não faz essa cara. - Disse Marcos - Você precisou ser colocada em coma induzido por causa das cirurgias. Agora você nem tá entubada mais. Acordar daquele jeito ia ser desagradável.
Olho pra ele por alguns instantes.
- Maraisa?
Até mesmo com a voz rouca era notável o medo em minha voz. E se Maraisa decidisse me deixar por causa da minha atitude impensada?
Mas o sorriso de Marcos me deixou esperançosa.
- Maraisa está ótima. Ela tomou um tiro de raspão no braço, mas está bem, nem precisou ficar internada. Talvez devesse ter ficado, ela não sai daqui. - Ele amplia o sorriso. - Ela vai ficar brava de você acordar bem na hora que ela foi tomar café.
Nesse momento Maraisa entra pela porta. Está mais linda do que nunca.
O cabelo preso em um coque frouxo, uma blusinha sem mangas, preta, uma bermuda cor desbotada do jeans e chinelos nos pés, como se estivesse em casa.
A emoção de vê-la tomou conta do meu peito, fazendo a máquina que monitora meu coração disparar.
Marcos não conseguiu evitar gargalhar.
-Que lindo como ela fica emocionada. Mas se ela não se acalmar, vou ter que pedir que você saia Maraisa.
-Não. - Digo na voz rouca que eu odeio.
-Então se acalma Marília. - Diz Marcos.
Respiro fundo, o que faz meu peito doer um pouco. Por fim consigo me acalmar.
-Muito bom. - Marcos me sorri. - Autocontrole é tudo. - Ela olha pra Maraisa. - Vou deixar vocês conversarem. Sem emoções fortes, ok?
-Ok. - Maraisa responde naquela voz aveludada que eu amo.
Marcos sai e Maraisa senta na beira da minha cama.
-Como você tá? - Pergunta baixinho.
-Meu peito dói, minha voz tá horrível e todo mundo pode ouvir meu coração nesse troço. Acho que eu tô bem.
Maraisa sorriu.
-Você não devia ter feito aquilo. - Disse voltando a ficar séria. - A Lauana podia ter matado você.
-Eu só sentia vontade de acabar com ela Maraisa. Principalmente depois que eu vi o rosto da Ana marcado. Eu nunca bati na minha filha, e ela decidiu bater. Fora as ameaças, as ironias...
O aparelho começou a apitar de novo e Maraisa acariciou meu rosto.
-Calma amor. A Lauana foi presa, tem antecedente e vai responder por crimes hediondos. Ela vai mofar na cadeia.
-Eu devia ter batido mais nela, isso sim.
Maraisa sorriu.
-Eu fiz isso por você Lila. - Olhei meio confusa pra ela. - Eu não devia, mas quando vi aquele estilete no seu peito... Eu só queria que ela sentisse a dor que eu tava sentindo.
- O Marcos me falou que você tomou um tiro de raspão no braço.
-Não foi essa dor Lila. O tiro eu nem percebi, tava batendo nela quando fui atingida. Minha dor foi a de achar que eu tinha te perdido.
Sorrio emocionada com suas palavras.
-E os capangas? - Pergunto depois de algum tempo.
-O Payne foi preso. Mas o Horan, na verdade, era um agente infiltrado. Ele tava investigando o Payne por tráfico de pessoas e acabou esbarrando na Lauana, foi ele que mandou as imagens pra Carol. Isso aliviou muito o Harry.
-Diana?
-Diana virou sua fã. Ela não para de falar da sua coragem e da sua determinação. Também não para de falar que ela mesma queria ter dado uma surra na Lauana.
Sorrio.
Apesar de estar acordada a pouco tempo, sinto um grande cansaço.
Maraisa percebe.
-Vou chamar a enfermeira.
-Não. - Peço segurando seu braço. - Só fica aqui comigo.
-Fico. - Ela sorri.
Começo a pegar no sono.
Em algum momento, já quase caindo na inconsciência, ouço a voz de Maraisa ao longe.
- Marília, casa comigo?
Apesar do cansaço, abro os olhos e encaro Maraisa.
-O quê?
-Casamento. Comigo. Você aceita?
Sorrio.
-Sim,mil vezes sim Maraisa.
Maraisa deu o sorriso mais lindo do mundo.
Acho que acabei de ficar noiva.
Com esse pensamento fixo eu durmo.
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Um aviso, na fic original vai ter uma quebra de tempo,porém eu vou acrescentar capítulos. Então se tiver capítulos estranhos peço desculpas desde já pq sou péssima em escrever.
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A PROFESSORA DA MINHA FILHA.
FanficMarília Mendonça é a dona de um grande império, a editora mais famosa do país. Sua arrogância só se compara a sua beleza e ao seu amor por livros. Mas como todos, Marília não é perfeita. Seu passado lhe deixou marcas profundas, e viva. Ana Luiza é u...