Noite especial.

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POV Marilia

Eu estava nervosa demais com esse encontro, não sabia o que vestir e Ana tentava me ajudar.

-Mama, isso é formal demais.

-É o tipo de roupa que eu uso todo dia.

-Exatamente mama. Você precisa surpreender, colocar uma coisa mais despojada, menos profissional.

-Eu não sei o que pôr então.

Ela me olhou por alguns segundos.

-Deixa comigo.

Ela entrou no meu closet e começou a andar por ali.

Voltou alguns tempo depois, com uma calça jeans clara rasgada, um batinha preta sem mangas e com a barra de trás arredondada e maior que a da frente. Para os pés ela me trouxe um vans azul marinho.

Olhei incrédula pra ela.

-Vai mama, se veste e vem aqui pra eu arrumar seu cabelo.

-Você vai arrumar meu cabelo?

-Vou.

Meio que a contra gosto, coloquei a roupa que ela havia separado, calcei os sapatos, mas ela não me deixou me olhar no espelho.

Penteou meu cabelo e pegou uma faixa, senti ela fazendo um laço e quase bufei.

-Pronto mama. Agora é só fazer a maquiagem.

Fui até o espelho dentro do closet e me surpreendi. Eu estava bonita, de um jeito leve e descontraído.

Até o laço na faixa do meu cabelo tinha ficado bom.

-Nossa. Me sinto com vinte anos. Estou parecendo ter vinte anos.

-De nada mama. Eu sou incrível, eu sei.

Soltei uma risada.

-Quem você puxou pra ser tão convencida?

-Não sei não, senhora a minha editora é a melhor do país e merece ter outras filiais pelo mundo.

Sorri com o jeito de Ana.

Fiz uma maquiagem leve, que me deixou com mais cara de menina ainda e não posso negar que gostei disso.

A campainha tocou e Ana foi atender, voltou dizendo que Maraisa me esperava na sala.

Desci as escadas um tanto nervosa, enquanto encontrava aqueles olhos lindos.

Reparei que Maraisa também escolheu uma roupa mais despojada, optando no entanto por um estilo mais gótico.

Ela usava jeans preto, camisa preta do 1975, coturnos e uma jaqueta de couro.

Seu cabelo estava solto e a maquiagem leve destacava seus olhos.

Ela sorriu quando cheguei aos pés da escada.

-Você tá linda. - Disse com sua voz aveludada e rouca.

-Obrigada, você também.

Ficamos nos olhando, sentindo a presença uma da outra.

-Hey... - Disse Ana estalando os dedos em frente aos nossos rostos. - Vocês vão ficar paradas aí se olhando? Achei que iam sair.

-Claro. - Disse Maraisa - Vamos Marília?

-Vamos.

Saímos de casa depois de eu dar algumas instruções a Ana, que fizeram ela revirar os olhos e dizer que não é mais criança.

Pra minha surpresa, Maraisa chamou um carro de aplicativo.

-Não quer ir no meu carro? - Perguntei.

-Bom... Eu acho que não é uma boa ideia. A gente pode decidir beber Lila, e voltar dirigindo seria por em risco a nossa vida e de outras pessoas.

A PROFESSORA DA MINHA FILHA.Onde histórias criam vida. Descubra agora