Capítulo 5

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"Eu quero ser um humano
Antes de fazer alguma arte"
Yun, 2022

Um unicórnio, acordo abraçado à um unicórnio de pelúcia, minha cabeça dói e a boca está seca, evidenciando o excesso da noite anterior, olho ao redor e definitivamente não é meu quarto de hotel, ainda estou vestido com a roupa que sai ontem e alguns flashs vão me trazendo a realidade da noite anterior. Analiso o ambiente ao redor, além do imenso unicórnio tem também vários coelhos rosa, a cama é grande e confortável, olho um pouco ao redor, talvez o ambiente inteiro seja do tamanho do meu quarto de hotel, acima da cabeceira tem um letreiros luminosos com as palavras "shine, dream, smille", de onde estou consigo visualizar toda a casa, a porta de entrada onde tem um alguns ganchos para casaco e chave meu casaco está lá, em seguida uma pequena mesa de quatro lugares algumas plantas decorando a estante, alguns vasos, na parede esquerda duas imensas janelas de vidro com um batente que serve de assento e a pequena cozinha com um pequeno balcão separada por uma estante vazada onde se vê alguns eletros, livros e louças, uma porta fechada do lado direito da cama onde eu suponho que fique o banheiro, ainda na lateral um guarda roupas com muitos adesivos e fotos de todos os meus membros inclusive minhas, uma estreita escada que dá para um mezanino, e do lado esquerdo duas poltronas um tapete um rack com uma TV e alguns porta retratos, um pequeno sofá com algumas almofadas, mais uma imensa janela de vidro com um batente para sentar a cortina meio fechada e na parte que estava aberta a vi e sem dúvidas foi uma das visões mais lindas que já tive, apesar da sua normalidade.

Ela está ali, sentada, tem um livro apoiado nos joelhos, usa uma calça de moletom e uma camiseta simples, tem o cabelo preso no alto da cabeça por um palito com alguns fios escapando parece que é um hábito já, uma imensa xícara do seu lado, está concentrada na leitura enquanto enrola uma mecha de cabelo no dedos finos. Eu poderia me apaixonar bem ali, poderia passar horas olhando tal qual uma obra viva, apenas existindo, me mexi devagar na cama não queria assusta-lá, minha cabeça pessava uma tonelada, na mesinha de cabeceira tinha dois comprimidos, um imenso copo de água e um bilhete "beba" e um rostinho piscando o olho, sentei tomei os comprimidos e a água. Quando coloquei o copo na mesa, tinha um par de olhos curiosos e um pouco assustados me olhando de uma distância segura .

-Oi, dorminhoco - cumprimentou com um sorriso tímido e um tanto nervosa

-Oi, que horas são? - olho ao meu redor procurando meu celular

-Passa das 10:00h - responde encolhendo os ombros - como tá a cabeça?

-Mesmo? - preciso do meu celular, perdi a programação, meus amigos devem ter me ligado mil vezes tento levantar e sento novamente meio tonto - dói, a cabeça dói.

Tento organizar os pensamentos, e estabelecer prioridades, olho pra pequena ruiva a minha frente, ela parece preocupada e ansiosa, o roteiro do dia já foi para o espaço, preciso falar com Tae-moo e dizer onde estou, preciso do meu celular, talvez um café, um banho seria maravilhoso e preciso urgente lembrar o que aconteceu ontem a noite, acho que pareço realmente desesperado pois a garota está estalando os dedos na frente do meu rosto e tem meu celular na mão.

-Que tal você se lavar, falar com seu amigo e depois tomar um café? - seu tom de voz era baixo, explicava como se eu fosse uma criança, não pude deixar de notar o riso na sua fala. - Para mim, parece um bom plano, o que acha? - falou sussurrando como se tivesse contando um segredo e entrou na porta que estava fechada e volta balançando uma escova de dentes e uma toalha, colocando nas minhas mãos

- Sim, é um ótimo plano - sigo com ela de volta para o que agora sei que é um banheiro.

- Bem é aqui... - fala gesticulando para a pequena pia, ela parece envergonhada, não me olha nos olhos - Tome seu tempo, vou estar na cozinha - e sai rapidamente me deixando ali, com uma escova, uma toalha e um banheiro extremamente feminino.

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