Capítulo 7

82 10 0
                                    

"Me domine
Presa com você em seus sonhos
Me conte mais, eu poderia morrer
Me toque como uma fera"
Smoke Sprite, 2023

De todas as interações que imaginei ter com qualquer membro do grupo, essas estão sendo completamente fora das minhas expectativas. Tem um idol bêbado na minha cama, ele me beijou e flertou comigo, disse que eu deveria experimentar coala no lugar de coelhos, pois eles eram mais fofinhos e carinhosos, dito isso disse que ficaria com o unicórnio e simplesmente capotou, montei acampamento no sofá sabia que não iria dormir quase nada, a minha adolescente interior estava completamente histérica e não vou mentir a adulta não estava muito diferente, porém com um pouco de medo, apesar de ser alguém que eu admiro muito ainda é um estranho, tudo bem que um estranho fofo que dorme com a boca aberta e é bem barulhento, mas ainda estranho Desisti de dormir quando o deu 7:00 da manhã, tomei banho, escovei os dentes, fiz café tentando fazer o mínimo de barulho possível, peguei um livro talvez me ajudasse em algo, pelas horas seguintes consegui ler tudo bem que troquei de lugar um milhão de vezes, quando escuto ele se mexendo e sentando na cama, tomou as aspirinas e água e parecia bem, como posso dizer desesperado talvez seja a palavra, nada que água é café resolvesse o empurrei para meu banheiro claustrofóbico segundo suas palavras da noite anterior e fui fazer comida, minha barriga roncava.

Foi tudo de zero a cem muito rápido, um momento estava fazendo panquecas no outro estava em cima do balcão com um homem imenso no meio das minhas pernas, tudo bem que o start de tudo começou pela bagunça que fiz por deixar um pote de massa pra panqueca cair, quando me dei conta estava sendo içada por um enorme braço e depois ele me olhou de perto, muito perto, mas como carrego todo azar do mundo nas costas deixei o fogão acesso, quando ia descobrir o caminho da felicidade a frigideira deu sinal de vida, ou melhor de fumaça. Depois de limpar toda a bagunça, enfim um café da manhã descente ou quase, panquecas bacon Cold Brew americano com o rostinho do meu Utt pra melhorar o dia, ele olhou para a garrafa e depois soltou um riso meio frustrado, mas o que eu posso fazer? Quando contei sobre a sugestão de trocar coelhos por coalas ele cuspiu, engasgou e derrubou quase tudo que estava em cima da mesa no seu colo, trazendo o completo caos, tentei não rir, falhei, agora tinha um coreano envergonhado e completamente ensopado de suco de laranja.

-Preciso voltar para o hotel- fala levantando de repente - tenho que tomar um banho e trocar essa roupa

-Tenho um banheiro se você quiser tomar banho - falo como se não fosse grande coisa ou como se não tivesse pirando- e uma máquina que lava e seca.

- Aqui? - talvez não fosse só eu que estivesse nervosa

-Sim, aqui - tento amenizar a tensão e mostro o eletrodomésticos - não é incrível? Praticamente a revolução das máquinas.

O levo de volta ao banheiro, cato uma toalha no roupeiro, percebendo só então que não tenho toalhas limpas, a não ser... Deus, pego a que tem a Elza estampada e lhe entrego, admiro o esforço por tentar não rir, tento me justificar, mas acho que tô piorando a situação, ele entra no banheiro pego suas roupas coloco pra lavar e eu vou pra bagunça na cozinha "God of destruction", vou tentar a sorte e ver se encontro algo do meu irmão no armário, eles são praticamente do mesmo tamanho, por sorte acho, quando ele me aparece apenas de toalha, eu não estava preparada, sento e tento absorver aquela visão, a boca de repente fica seca e viro um pouco a cabeça pra acompanhar a gotinhas de água sortuda que desce pelo seu peito largo, abdômen e morre quando chega na toalha que está enrolada indecentemente na cintura expondo o Vline e dando muito, muito material pra imaginação, olhei para seu rosto e sua mandíbula estava travada, com dois dedos me chamou e eu fui, assumi que aquilo não era real, era um surto, um delírio, e instintivamente o beijei, fiz um caminho longo e preguiçoso da sua boca até a bendita toalha, teria que dar cabo dela depois, então desenrosquei o nó, o seu auto controle era impressionante, ele precisava ter certeza de que sim, eu o queria, então lhe mostrei o quanto eu queria, acho que até demais, pois me puxou e logo já estava com ele entre minhas pernas pedindo para levantar os quadris "por favor" com uma voz rouca que nunca tinha ouvido antes, quando senti sua boca beijando a parte interna das minhas coxas meu coração parou então quando senti sua boca mais abaixo disparei todo o meu repertório de palavrões, não sei com quem aprendeu, porém obrigado pra quem ensinou. Estávamos na nossa própria bolha, não tínhamos pressa a lavadora deu sinal que tinha terminado, porém a última coisa que precisávamos era de roupas, foi uma tarde quente no frio inverno nova-iorquino, queríamos mais, estabelecemos nosso ritmo e nem que passe mil anos eu esqueceria daquela tarde ou daquele dia.

Efêmera Normalidade Onde histórias criam vida. Descubra agora