CAPÍTULO 17 - DE MAL A PIOR

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Meu coração é um rádio
Ele bate por você, então ouça atentamente
Ouça meus pensamentos em cada nota

Faça-me o seu rádio
Me ligue quando você se sentir pra baixo
Esta melodia foi feita para você
Apenas cante junto com rádio

Stereo Hearts, Gym Class Heroes/Adam Levine

Acordei com uma luz invadindo o quarto a qual nem a cortina dava conta de amenizar. Tentei me virar em direção às camas de Johanna e Madge, mas fui impedida por uma forte pontada na cabeça. Mas que diabos?

Procurei meu celular entre as cobertas e quando finalmente o encontrei, estava lotado de mensagens dos meus amigos. Cato estava me perguntando se eu estava bem e se tinha acordado de ressaca. Só agora havia visto todas as chamadas perdidas e recados de Madge, Johanna e principalmente de Finnick. Eu sabia que Cato se ocuparia de avisá-los que estava tudo bem, então mantive o celular desligado até cair no sono.

Fui rolando as notificações até chegar às que correspondiam a Peeta. Ele havia ligado mais de dez vezes e não mandado mensagem, mas sim deixado um correio de voz.

Morena, pelo amor de Deus, me diz onde você está. Sumiu, não atende o celular, Cato também não, e... Argh! Porque caralhos você sumiu? Merda, eu tô preocupado! Me retorna, por favor.

Devo admitir que a mensagem fez algo se remexer em meu estômago.

Respondi a mensagem mais recente de Cato e recebi uma resposta quase imediata de uma carinha feliz e de que um comprimido para dor de cabeça estava a caminho.

Não fica brava comigo, juro que não abri o bico sobre nada. Mas ele insistiu.

Foi sua última mensagem antes de duas batidas soarem na porta.

Meu. Deus. Do. Céu.

— Toc toc. — se dissesse que não era capaz de reconhecer aquela voz, seria uma completa mentirosa. — Morena?

Ouvi a madeira ranger e seus passos adentrarem o quarto, fazendo-me automaticamente fechar os olhos e recobrir a cabeça com o cobertor.

— Vai embora, Peeta. — forcei minha voz para fora. Não o senti recuar, mas também não ouvi nada de sua parte por longos segundos.

— Me disseram que você não quer falar comigo. — pude sentir uma pontada de chateação em sua voz e senti meu coração apertar. — Se for verdade, eu juro que dou meia volta e vou embora.

Duvidava um pouco que ele realmente fosse se eu pedisse, mas talvez soubesse que eu não o faria. Peeta tinha o poder de não me deixar brava consigo, mesmo que tentasse muito, e isso me irritava demais. Mesmo assim, não era o suficiente. Afinal, eu teria de lidar com ele em algum momento e quanto antes, melhor.

— Depende. — murmurei, finalmente saindo de debaixo da coberta para encará-lo. — Quem falou?

— Cato. — ele respondeu, parecendo analisar cada centímetro do meu rosto. Semicerrei o olhar em sua direção.

— E o que exatamente ele disse?

— Que não era para eu vir no seu quarto. — Peeta mordeu o lábio inferior como se estivesse se preparando para minha reação.

— Então porque veio?

— Você me conhece. — o loiro sorriu. — Eu sou teimoso.

— E o que você quer? — perguntei por fim. Peeta hesitou antes de responder.

— Conversar. Ver como você está. — ele riu. — Levar um tapa na cara, talvez.

— Tem certeza? — a ideia parecia tentadora, embora nós dois soubéssemos que ele estava brincando.

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