CAPÍTULO 22 - PEETA MELLARK

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Mas será que ele sabe que você me liga quando ele dorme?

Mas será que ele sabe das fotos que você guarda?

Mas será que ele sabe os motivos pelos quais você chora?

Ou, me diga, será que ele sabe onde está o seu coração?

Onde ele verdadeiramente está

Moth to a Flame - The Weekend feat. Swedish House Mafia

Quando estamos vivendo um momento marcante da nossa vida, acabamos automaticamente pensando em algumas possibilidades possíveis do que acontecerá depois, mas nunca conseguimos pensar em todas. Quando eu vi Katniss pela primeira vez, posso afirmar que um milhão de coisas passaram pela minha cabeça, mas nenhuma delas era sobre deixar meus pensamentos totalmente fora dos trilhos. A garota me havia feito sentir coisas que eu mal sabia que existiam: ansiedade para ver uma pessoa, espontânea felicidade por estar com ela, e por aí vai. Até então, eu nunca havia entrado naquele êxtase em que todo mundo mergulha por causa de alguém, eu realmente acreditava ser uma daquelas pessoas que nascem e morrem sem sequer ligar para esse tipo de coisa.

Pois bem, parece que eu havia me enganado.

Eu podia, com toda certeza, afirmar que minhas concepções haviam mudado completamente em menos de trezentos e sessenta e cinco dias. Para o meu último ano do High School, eu não só pretendia curtir, mas como também o iniciei indo para todo tipo de lugar que me surgia a oportunidade. Os caras e eu estávamos com ideias parecidas de aproveitar ao máximo esse ano com tudo o que tínhamos direito, com apenas algumas regras: não repetir de ano, não engravidar ninguém e não se apegar a ninguém. Parecia um tanto besteira, mas estávamos cientes que de não muito longe daqui teríamos inúmeras responsabilidades para assumir, além de entrar em um mundo completamente diferente: uma universidade. Provavelmente cada um de nós iria para uma faculdade em uma cidade diferente, por isso a intenção de não criar raízes. Então, tudo o que queríamos era aproveitar.

Entretanto, meus pensamentos mudaram quando conheci Katniss e eu sempre me lembrava muito bem desse dia. De como ela esbarrou em mim enquanto discutia algo com um rapaz, que mais tarde descobri ser Finnick, seu irmão, e também meu novo colega de quarto. De como ele pediu desculpas pelo acidente e como Katniss me encarou vidrada logo após descer o olhar para a meia dúzia de macarons que me fizera derrubar. Ela parecia em dúvida se os pegava para jogá-los ou se apenas deixava passar. Suas bochechas estavam levemente vermelhas, provavelmente de vergonha ou talvez de raiva, pois logo decidiu me ignorar completamente e repreender o irmão, com quem voltou a discutir mais uma vez.

Dois dias mais tarde, ela me foi apresentada. Cato e eu estávamos na sala de aula quando ela entrou logo atrás de Finnick. Os dois estavam discutindo algo novamente. Reparei que ela foi atrás de suas amigas quando seu irmão se juntou a nós, então ele a apresentou. De longe, apontou a irmã e revelou seu nome. Katniss. Gravei seu nome instantaneamente.

Aproveitei que ambos estavam distraídos no segundo seguinte e permiti-me dar uma observada na garota. Achei Katniss extremamente linda, muito mais do bonita do que muitas garotas que eu já havia ficado, mas não apenas isso. Ela também era absurdamente quente, para não dizer outra coisa, porquê na verdade minha mente impedia de pensar em um adjetivo vulgar para ela. Porém, eu sabia que seria inalcançável logo de cara. Seus olhos diziam isso, além de Finnick sempre demonstrar implícita e explicitamente o quanto protegia a irmã. Envolver-me com ela seria um caso perdido e com certeza estava fora de cogitação. Ela parecia o tipo de garota que iria me odiar nas minhas primeiras palavras ditas, não importava quais fossem.

Mesmo assim, nunca consegui parar de apreciá-la. As longas ondas castanhas escuras declinando em suas costas, os olhos cinzentos cintilantes, cobertos pelos longos cílios, o corpo esbelto, nem muito vulgar e nem muito vulnerável. Ela era incomparável.

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