CAPÍTULO 29 - DE VOLTA AOS TRILHOS

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Porque você é a razão pela qual eu acredito no destino
Você é o meu paraíso
E farei qualquer coisa para ser seu amor
Ou ser seu sacrifício

Infinity – James Young

— Porque não me disse nada? — foi a primeira coisa que Finnick perguntou quando me viu.

Ele estava sentado em uma das mesas de pedra que ficavam dispostas pelo campus com os cotovelos apoiados nos joelhos e uma expressão de confusão misturada com desapontamento.

Depois de acompanhar Peeta até sua sala de prova, mandei uma mensagem para Cato para descobrir onde ele e meu irmão estavam. Meu amigo pediu para que eu os encontrasse aqui, mas havia apenas dado de cara com Finnick, e estava mais do que pronta para descarregar toda a frustração que contive enquanto estava com Peeta. Havia engolido meu descontentamento com a reação de meu irmão justamente para descontar nele próprio quando estivéssemos sozinhos, mas não esperava que Finnick parecesse mais chateado do que irritado. Talvez Cato tivesse dito algo para ele.

— Eu não sabia o que dizer, Finn. Ou como dizer. — foi tudo que consegui responder em um primeiro momento.

Me sentei ao seu lado, analisando sua reação. Meu irmão parecia fazer uma varredura em sua mente, como se procurasse alguma pista que havia perdido no meio do caminho.

— Eu falei para nenhum deles chegar perto de você. Eu pedi, mais de uma vez. Mas eu já sabia que Peeta era teimoso. — disse exasperado. Eu revirei os olhos com sua insinuação. — Há quanto tempo isso vem acontecendo?

— A primeira vez que nos beijamos faz... pelo menos três meses. — concluí depois de fazer as contas e meu irmão me encarou incrédulo. — Finnick, não me olha assim! Eu não tinha a intenção. Peeta não tinha a intenção. Apenas aconteceu!

— Você ainda estava saindo com Gale? — assenti incomodada. Meu irmão meneou a cabeça. — Quando eu soube sobre Gale, me segurei para não quebrar a cara dele. Mas agora com Peeta foi muito... pior.

— O que Peeta tem de tão pior? — questionei sem esconder o receio na voz.

Eu não gostava do rumo que aquela conversa estava tomando. Finnick me encarou de sobrancelhas arqueadas como se ponderasse o que deveria ou não me contar.

— Você já ouviu o boato do vestiário? — neguei com a cabeça. — Haymitch pegou Peeta transando com uma líder de torcida uma vez. — as palavras me atingiram como um soco, e então me lembrei do dia que estávamos na quadra e Haymitch apareceu dizendo algo sobre transforma-la em um motel. — Ele poderia ter sido expulso mas deu sorte, muita sorte.

— Porque ele deu sorte?

— Haymitch não queria perder o capitão do time, então abafou o caso. — meu irmão deu de ombros como se fosse simples.

— Então não é um boato se realmente aconteceu. — concluí. — É um fato.

— Para a maioria dos alunos ainda é um boato. Os poucos que sabem, nunca confirmaram para não dar problema para Peeta.

— Quando isso aconteceu? — não sabia se realmente queria a resposta, mas as palavras escaparam de minha boca.

— Bem no começo do ano letivo, logo que chegamos aqui no campus. — revelou Finnick. — Ele me contou quando descobriu que seríamos colegas de quarto e pediu para que eu guardasse segredo.

Eu não sabia dizer porque aquilo havia me balançado, se era exatamente o tipo de comportamento que eu esperaria de Peeta meses atrás. Quando cheguei no campus, Peeta Mellark era nada menos que o nome mais passado pela boca das garotas. Não só o nome, é claro, e eu fui capaz de sentir uma repulsa por ele antes mesmo de conhece-lo.

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