CAPÍTULO 24 - LINGUAGEM CORPORAL

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Meu bem, você pode

Curtir isso, oh, sim

Traga para minha casa

E você vai ficar, tipo

Meu bem, quem se importa?

Mas eu sei que você se importa

Traga para minha casa

Você não sabe o que você fez, fez comigo

O seu corpo leve fala comigo

Eu não sei o que você fez, fez comigo

O seu corpo leve fala comigo

Under The Influence - Chris Brown

Olhei para o relógio no móvel do quarto e constatei que estava relativamente atrasada. Meus saltos estavam jogados embaixo da cama e minha maquiagem pela metade, mas ainda não havia sinal de Peeta, o que me deixava um pouco mais tranquila. Eu perdia algumas batidas toda vez que pensava nas inúmeras possibilidades dessa noite.

Não era uma das primeiras vezes que saíamos apenas nós dois, mas eu sentia que dessa vez seria diferente. Passei a semana me dividindo entre curiosidade e ansiedade sobre esse final de semana desde que Peeta havia me convidado para sair. Não estava criando expectativas, até porque não sabia nem para onde iríamos, mas era inevitável não sentir um gelo no estômago toda vez que pensava sobre tudo que nos ocorreu nos últimos dias.

Desde aquela noite em que Peeta sofreu o acidente, ele havia se empenhado em cumprir suas palavras sobre tornar minhas três últimas semanas na Califórnia memoráveis, começando por essa. Poderia até ser sido uma semana comum se eu não tivesse que ajudá-lo a trocar o curativo da mão todos os dias, e se todos os dias ele não tentasse me retribuir de alguma forma. Nós estávamos mais próximos do que nunca, como se isso fosse possível, e depois de ter admitido para mim mesma que eu tinha sentimentos por Peeta, algumas coisas ficaram mais fáceis de entender, porém mais difíceis de vivenciar. Parecia que eu estava o tempo todo tentando não demonstrar meus sentimentos ou criar algum tipo de resistência a eles. Afinal, Peeta sempre agia de modo doce e engraçado comigo, e não era agora que eu encararia as coisas de modo diferente. Por mais que eu suspeitasse de alguns indícios de ciúmes de sua parte, não estava considerando algo tão relevante a ponto de fazer alguma coisa a respeito. Eu havia aceitado que guardaria meus sentimentos para mim, principalmente por estar partindo em algumas semanas. Nada que eu dissesse faria muita diferença, afinal.

Estava cobrindo os cílios com uma última camada de rímel quando ouvi duas batidas na porta entreaberta.

— É, eu vim buscar uma garota... Cat o nome dela, eu acho.

— Hum. — olhei para Peeta, que se apoiava no batente, sorrindo. — Não tem nenhuma Cat aqui.

— Eu acho que tem. — seus olhos me fitaram intensamente de cima a baixo e senti minha pele queimar. — Achei que você fosse me dar trabalho hoje, mas não esperava que fosse tanto.

— Você pediu para eu me vestir como se fosse mais velha. — dei de ombros segurando o sorriso.

— Certo.... Vamos então antes que eu desista. — brincou, girando as chaves de um carro que não era o seu no indicador.

— Só um minuto. — finalizei rapidamente a maquiagem com o batom e cacei meus saltos, sendo observada a todo momento pelos olhos de Peeta. Apoiei as mãos em seus ombros para colocar os sapatos e quando subi o olhar, não me surpreendi ao encontrar seus olhos mirando firmemente os meus. O famigerado olhar que quase atravessava minha alma.

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