CAPÍTULO 12 - MONTANHA-RUSSA

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Vejo você pensar duas vezes
Gostaria de poder ler sua mente
Ande, ou saia da fila
É tarde demais para rezar

Eu sei que talvez a gente fique sem ar
Provavelmente morreremos de medo
Esta oportunidade é como um passo
Só é preciso dá-lo

ROLLER COASTER - BON JOVI

Ainda naquela noite quando entrei no quarto, as meninas estavam dormindo, então decidi enviar uma mensagem para Peeta dizendo que em hipótese alguma eu aceitaria passar a aula dupla de Literatura sem ele e acabamos por fazer um trato. Estaríamos presente em todos os sete períodos, mesmo que não juntos em todos, e dormiríamos a tarde inteira para que, quando anoitecesse, pudéssemos sair comer alguma besteira e tomar um milk shake.

Eu: O treinador não vai brigar com você por faltar do treino? Fora o que eu perguntei assim que ele deu a ideia.

Meu Loiro Preferido: Não se preocupe, eu lido com ele depois.

Também fizemos outro acordo, o qual me tirou um enorme peso das costas e me fez dormir muito melhor.

Meu Loiro Preferido: Tem outra coisa...

Disse ele quando terminamos o primeiro assunto. Peeta passou mais alguns segundos digitando.

Meu Loiro Preferido: As coisas não precisam ficar estranhas entre nós.

Eu: Não, não precisam.

Meu Loiro Preferido: Ótimo. Fico feliz que concordamos em algo.

Eu: Fico feliz que resolvemos isso rápido.

Meu Loiro Preferido: Fico feliz que aprendemos a resolver esse tipo de coisa.

Eu: Sim. Só não fico muito feliz por termos, tipo assim, apenas duas ou três horas de sono.

Meu Loiro Preferido: Ah, com certeza não. Mas fico feliz que você vai estar lá para conversar comigo e não me deixar dormir na carteira.

Eu: Digo o mesmo.

E no dia seguinte, Peeta não descumpriu sua promessa. Embora estivesse com uma aparência literalmente péssima, do tipo que envolvia olheiras, cabelos bagunçados e uma expressão de quem estava morrendo de dor de cabeça, ele ainda estava lá. Passamos as três primeiras aulas quase sem nos mexermos na carteira apenas trocando sussurros, hora ou outra encarando o professor para ter certeza de que não estávamos atrapalhando. Então, quando o sinal do primeiro intervalo tocou, Peeta correu para fora e disse que me encontraria em questão de minutos, e, quando apareceu, trazia consigo uma lata de Power Luck. Abriu a lata e me chamou para sentar junto de si na mureta do estacionamento, um dos poucos lugares vazios aquele horário. Depois de vazia, a amassou e jogou no lixo, se despedindo de mim com um demorado beijo na bochecha, pois não teríamos mais aulas juntos naquele dia.

Acabei aceitando que teria de lidar com o fato de Peeta ser um carinhoso filho de uma mãe noventa e nove por cento do tempo. Confesso que não havia sido nem um pouco fácil passar a manhã inteira com ele e não lembrar do ocorrido da noite anterior, muito menos sentindo seu perfume tão de perto. Era inexplicável como sua presença era tão confortável, mesmo tendo tudo para ficar um clima estranho. Mas eu sabia que isso acontecia porque Peeta sabia muito bem como lidar com a situação. E não só sabia, como fazia questão de que as coisas entre nós não ficassem estranhas, e eu ficava extremamente feliz com isso.

E agora, uma semana depois, estávamos consideravelmente bem um com o outro, novamente como se nada tivesse acontecido. Aparentemente ninguém havia notado nosso sumiço da madrugada, e ele parecia ter deixado de lado o que estava o afetando e ter recuperado seu bom e engraçado humor. Havíamos concordado em chamar nossos amigos para o parque de diversões e pensei ter me arrependido quando meu irmão veio em minha direção com um sorriso sacana montado nos lábios.

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