The Right Way

CAPÍTULO 8 - FIQUE

Perdi a minha mente e eu não tenho sono
Eu não posso ter nenhuma satisfação causar esta ferida é profunda
Dá-me mais uma chance
Por favor, volte para mim
Ainda há algo aqui
Se você sabe o que quero dizer

Menina, eu tenho que estar perto de você
Nada mais, nada é mais
Menina, eu tenho que estar perto de você

I Can't Get Nothin', Tiko's Groove feat. Gosha

Os raios do sol já estavam fortes o suficiente para iluminar todo o quarto, mesmo com as cortinas fechadas. Ao contrário do que eu esperava, provavelmente consegui passar das oito horas de sono e sem nenhum sonho relacionado à noite anterior, embora as lembranças estivessem todas frescas em minha mente. Mas o que eu queria também? Era tão recente que meu estômago congelava só de parar para relembrar.

Peguei meu celular em cima do móvel e lembrei que nem ao menos havia checado as horas antes de dormir. Já passava das onze da manhã, mas eu não estava muito feliz ao constatar em que hoje era domingo. Geralmente, meus únicos planos eram estudar em grupo ou assistir filmes com meus amigos no quarto de algum deles, algo que havíamos adquirido o costume de fazer, e ambos consequentemente estavam relacionados à Peeta. Eu poderia inventar alguma desculpa sobre não estar me sentindo muito bem, ou cansada de mais, mas tudo parecia tão óbvio... Até quando eu conseguiria fugir da sua sombra mesmo sabendo que não deveria?

Observei a cama de Madge vazia enquanto Johanna ainda estava afundada nos cobertores e decidi tomar um banho para tentar colocar a cabeça no lugar. Porém, por mais que organizar os pensamentos sozinha fosse bom, eu sentia que precisava conversar sobre com alguém antes que eu surtasse.

Quando desliguei o chuveiro e encontrei Madge procurando algo em sua gaveta, não poderia ter ficado mais aliviada.

— Era justamente de você que eu precisava. — disse a ela, procurando uma roupa em meu armário.

— Que bom, porque era justamente de uma companhia para um café da manhã tardio que eu precisava. — a loira sorriu, pegando a carteira na gaveta da escrivaninha. — Vamos, eu pago um mocca pra você.

— Não precisa Mad, eu não estou com muita fome. — confessei. — Sua companhia e seus ouvidos já serão mais do que suficiente.

— Você tem certeza? — questionou com certa dúvida, mas eu não hesitei em assentir. Minha ansiedade não me deixaria comer agora, mas ela também não precisava saber que era por isso. — Bom, então eu acho que você vai precisar me contar os outros pedaços dessa história.

— Eu já pretendia fazer isso de qualquer forma.

Madge esperou que eu me vestisse enquanto Johanna nem se movia, e eu agradeceria aos céus pelo seu sono pesado. Eu sabia que minhas amigas reagiriam de forma diferente aos acontecimentos de ontem à noite e por isso preferia contar a elas separadamente. Além do mais, sabia que a visão de Madge seria mais centrada, porque tinha certeza que Jô faria piada em um primeiro momento.

Não demorou muito para que estivéssemos acomodadas em uma das pequenas mesas do hall feminino, ou pelo menos minha mente concentrada nas últimas vinte e quatro horas fez parecer que não. Eram tantas informações para digerir e tantas hipóteses a serem pensadas que eu sentia a tensão acumulada em meu corpo.

Sem esperar mais, respirei fundo e abri a boca para contar tudo à Madge. Contar sobre o que eu havia considerado um quase beijo no quarto de Peeta, sobre o que ele estava fazendo para me ajudar em relação à Gale, sobre tudo o que aconteceu ontem à noite, e principalmente como eu estava me sentindo em relação a tudo isso. Quando terminei, sua expressão não era das melhores, e eu senti um pouco do alívio que havia conseguido me escapar novamente.