CAPÍTULO 27 - VAMOS FICAR BEM

113 1 29
                                    




Não quero ficar sozinho
Você sabe que isso me machuca também
Você parece tão destruída quando chora
Mais um e depois direi adeus

Heat Waves - Glass Animals

O sol ainda não havia nascido quando levantei. Não posso dizer que foi fácil acordar cinco e meia da manhã, mas me esforcei para levantar no primeiro toque do despertador, caso contrário Madge e Johanna com certeza acordariam me xingando. Me encaminhei direto para o chuveiro optando pela ducha antes de correr, mesmo sabendo que também teria de tomar uma depois. O calor da Califórnia já estava se tornando quase insuportável, principalmente para mim que não estava acostumada. Me perguntei se Finnick estava passando pelo mesmo desconforto que eu.

Quando saí do banheiro, procurei as roupas mais leves e frescas que havia trazido para as aulas de educação física. Acabei por vestir um shorts e uma regata, além da jaqueta e os tênis de corrida. Uma parte de mim considerava que Peeta nem teria acordado e eu seria obrigada a lhe dar um belo esporro depois, mas fui surpreendida e fiquei até assustada quando abri a porta do quarto e o encontrei escorado na parede mexendo em seu celular. Ele levantou o olhar para mim e sorriu.

— Achei que ia se atrasar. — disse guardando o aparelho no bolso. — Então achei que seria uma boa ideia vir buscar você.

— E eu achei que você estava blefando. — confessei sorrindo. Seus olhos desceram sutilmente para minhas pernas até subirem novamente para os meus.

— Eu não blefo, Morena. — ele também sorriu. — Muito menos com você.

Nós seguimos pelos corredores do meu dormitório com o braço de Peeta enganchado em meu pescoço. Pelo horário, não havia quase ninguém andando pelo campus, o que deveria me tranquilizar, mas a ideia de que alguém visse e coisas erradas chegassem ao ouvido de Finnick me perturbava um pouco. Porém Peeta parecia tão bem-humorado que eu não quis estragar isso com minhas preocupações.

Nós chegamos ao saguão e deduzi que ele já havia pedido e pago nossos cafés, pois apenas os retirou do balcão e agradeceu a atendente. Ele me estendeu o mocca e deu um longo gole em seu expresso enquanto rumávamos em direção ao grande campo de rugby.

— Você parece animado hoje. — apontei, curiosa. Era difícil não sentir sua animação.

— Por incrível que pareça, dormi super cedo e super bem. — ele sorriu novamente. — E meu carro fica pronto hoje.

— Ah, é verdade! — dei com a mão na testa teatralmente. — É esse o motivo.

— Talvez. — ele deu de ombros. — Ou talvez o fato de eu ter tido um ótimo final de semana.

— Ah é? O que você fez de tão bom?

— Nada de mais. Só saí com uma garota incrível. — ele não me encarou de volta, mas prendia um sorriso nos lábios. — E você?

— Ah eu não fiz nada de mais também, só saí com um cara incrível. — respondi entrando em sua brincadeira. Peeta revirou os olhos, apoiando o braço em meus ombros novamente. — Qual a programação de hoje?

— Vamos ver... Correr até às seis e meia, tomar um banho, fazer a primeira prova às oito, se pegar no meu quarto depois da prova, fazer outra prova às...

— O que?! — me desenganchei de seu abraço, o encarando. — Você é incrivelmente descarado, sabia?

— Porque? — ele se fez de desentendido com um meio sorriso nos lábios.

— Nada não. — respondi fazendo um gesto com a mão para que prosseguisse. — Continue.

— Depois da segunda prova, nós poderíamos sair almoçar uma comida super gordurosa, porque a gente merece.

The Right WayOnde histórias criam vida. Descubra agora