E se eu estiver longe de casa?
(Oh, irmão, vou ouvir você chamar)
E se eu perder tudo?
(Oh, irmã, eu vou ajudá-la)
Oh, se o céu estivesse desmoronando, por você
Não há nada neste mundo que eu não fariaHey Brother - Avicii
Acordei naquela noite de sábado um tanto quanto incomodada. A janela estava aberta, permitindo que uma brisa gostosa refrescasse o quarto, mas o calor que eu estava sentindo em meu corpo ainda era insuportável. O tempo parecia se arrastar ainda mais lentamente durante a madrugada. Quando estiquei o braço para pegar meu celular e checar as horas, não me surpreendi ao ver que mal passava de duas da manhã. Madge estava dormindo e Johanna mal podia ser vista embaixo das cobertas.
Sentei-me na beira da cama pacientemente antes de me levantar, evitando fazer algum barulho ao caminhar até o banheiro. Ainda havia vestígios de olheiras embaixo dos meus olhos por causa das últimas noites, mas eu já conseguia me sentir um pouco melhor. Abri o pequeno armário do banheiro e peguei a pasta dental, ciente de que escovar os dentes proporcionaria uma melhor sensação em minha garganta. Ao terminar, decidi verificar minha situação e lembrei das palavras de Peeta sobre essa ser a fase em que o antibiótico realmente começa a fazer efeito. Entretanto, acordar com a garganta seca sempre seria uma tortura.
Desliguei as luzes antes de voltar ao quarto e buscar o remédio spray em minha mochila. Não adiantaria muita coisa, mas seria melhor do que nada. Quando finalmente decidi voltar para minha cama, percebi que ali eu não conseguiria ficar. Voltar a dormir imediatamente não parecia uma opção, mas eu também não queria isso. Eu queria conversar com alguém. Queria conversar com Peeta. Eu sabia que só ele me tranquilizaria do jeito que eu precisava no momento, mas também sabia que isso não era possível, porque Peeta estava em uma maldita festa. Me perguntava porque Cato o havia chamado para uma festa justo hoje, e porque só ele e não toda a galera como sempre fazia.
Suspirei, ciente de que não podia culpar nenhum dos dois. Eu estava condicionada a pensar que Peeta sempre deveria estar disponível, já que ele realmente passava muito tempo comigo, mas não era assim que as coisas funcionavam.
Cato também não tinha obrigação nenhuma de cooperar com minhas vontades, apesar de eu realmente ter achado que ele havia entendido o que Peeta e eu estávamos passando depois daquela festa. Custava acreditar que ele simplesmente havia chamado Peeta para ir a uma festa ficar com garotas desconhecidas como costumavam fazer meses atrás. Meu subconsciente lutava entre acreditar nisso e achar que havia algo mais. Mas eu não descobriria tão fácil.
Calcei meus chinelos e coloquei uma pastilha de morango na boca. Eu ainda precisava falar com alguém, senti que explodiria se não o fizesse. Talvez Finnick pudesse me ajudar.
O corredor, assim como todo o hall feminino, estava inteiramente escuro, a não ser pela luz externa que iluminava a entrada do saguão. Eu já estava com todo o caminho planejado em mente. As portas centrais dos saguões eram deixadas destrancadas nos fins de semana, para os alunos que tardavam em suas diversões pudessem entrar quando retornassem. Eu poderia passar por elas sem problema algum, assim como conseguiria atravessar a pequena parte do campus que separava os dois prédios residenciais e adentrar o dormitório masculino. Seria rápido e despercebido, apesar de proibido.
Alunos em dormitórios distintos após o toque de recolher era algo totalmente inaceitável, todos sabiam disso. E mesmo correndo o risco de ser pega por algum inspetor que poderia estar rondando o colégio, ou por algum aluno que estivesse voltando de uma festa, eu tinha de arriscar. Meu álibi, caso isso acontecesse, não fugia da realidade. Eu realmente precisava conversar com meu irmão.
Com meu celular em mãos e mais uma pastilha no bolso do casaco, fechei a porta do meu quarto e apressei meus passos em direção ao hall. Estava vestindo apenas pijama e um moletom, mas não me importei com quem poderia me ver. Não demorou muito para eu estar em frente às portas dos quartos do primeiro andar. Peguei meu celular e acendi a tela no brilho mínimo para checar a numeração dos quartos. Quando encontrei a porta de número dezesseis entalhado na madeira, não hesitei em dar quatro batidas.
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The Right Way
RomantizmSão Francisco, Califórnia. Tendo que transferir-se junto com seu irmão que acabara de repetir o último ano do colegial, Katniss deixa a adorável Londres para estudar em um Internato na Califórnia. A britânica que era considerada doce e tímida, acabo...