CAPÍTULO 18 - DESABANDO

101 2 4
                                    


Me conte lindas mentiras
Olhe no meu rosto
Diga que me ama
Ainda que seja mentira
Porque eu tô pouco me fodendo, de verdade

idfc - blackbear

— Eu juro que não acreditei quando o médico disse que a infecção poderia piorar. — foi a primeira coisa que eu disse à Peeta naquela manhã de domingo. Ele desviou os olhos divertidos para mim.

— É o preço que se paga por trocar uma picadinha de agulha por dez dias de comprimido, Morena. — uma risada escapou dos seus lábios enquanto caçava alguma coisa em seu armário. — Mas no geral, você está bem?

— Estou, eu acho. Apenas mergulhada em um cansaço psicológico igual a todo mundo. — ouvi um suspiro escapar dos seus lábios. — Você está bem?

— Estou ótimo. — seus olhos encontraram os meus e ele sorriu. — Apenas tentando aproveitar esses últimos meses do melhor jeito que posso. — ele pegou a peça da minha mão e aproveitou para guardá-la junto com outras coisas. — A propósito, você deveria usar minha jaqueta mais vezes. Gostei dela em você.

Peeta mantinha os olhos fixos nos meus e me segurei para sustentar o olhar de não descer para sua boca. Era impressão minha ou ele havia dito aquilo em tom de flerte? No momento em que isso me ocorreu, ele desviou para algum ponto atrás de mim e sua expressão mudou instantaneamente para um semblante aflito.

— Preciso de um favor seu. — pediu suplicante.

— O que foi? — perguntei confusa.

— Preciso despistar uma garota. — ele desviou o olhar para trás de mim algumas vezes, alternando com o meu. — Não olha para trás, ela tá vindo aqui.

— Quem é?

— Megan. — Peeta revirou os olhos. — Ela não sai do meu pé.

— E o que você quer que eu faça? — perguntei desesperada, me segurando para não me virar.

— Não sei. — ele pareceu travar uma batalha interna enquanto analisava todos os pontos do meu rosto rapidamente. — Me beija.

— O que?!

— Me beija! — sussurrou novamente.

Meu corpo agiu por impulso antes que minha mente pudesse tomar consciência do que ele havia pedido. Selei rapidamente os lábios nos seus e deixei que Peeta se desse o trabalho de abrir passagem para que sua língua se chocasse contra a minha. Uma de suas mãos agarrou minha cintura com vontade e ele me pressionou contra o armário, mantendo a outra apoiada no mesmo acima da minha cabeça. Seu corpo estava colado ao meu a ponto de me deixar imediatamente fervendo de calor.

Sabia que havia sido reflexo por tê-lo beijado, mas caramba, senti que iria me desestabilizar ali mesmo. Tentei retribuir do jeito mais convincente agarrando sua nuca para não perder o equilíbrio e Peeta automaticamente aprofundou mais sua língua em minha boca, quase me fazendo esquecer de que aquilo se tratava de um beijo falso. Sua língua passeou entre meus lábios e a mão que agarrava minha cintura simplesmente adentrou minha blusa tocando em minha pele fervente.

O pior era não conseguir impedir o calor latente que consumiu o meio entre minhas pernas e eu me amaldiçoei mentalmente por isso. Não estava mais raciocinando quando a mão que o apoiava desceu para meu pescoço e resfoleguei quando nos separamos, abrindo os olhos devagar e evitando suspirar um gemido.

Ainda estava absorta quando vi de relance uma garota passar por trás de Peeta com um olhar surpreso e um tanto sem graça. Com certeza era ela: uma loira de cabelos longos e olhos esverdeados, com um decote um tanto exagerado para um ambiente escolar. Era inegavelmente bonita, mas que fissura era essa que Peeta tinha com loiras?

The Right WayOnde histórias criam vida. Descubra agora