Capítulo 23

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Bia

Parei no batente da porta da sala após tomar um banho quente e relaxante. Bryan terminava de guarda o último copo no armário, o lugar se encontrava organizado, pois nossas mães não foram embora sem cuida da bagunça depois da festa. Me sentia toda feliz, não só com o passo que estava dando, mas também por todos me apoiarem.

— Oi! — Bryan disse ao me ver.

— Nem sei agradecer tudo isso. — Ele só balançou a cabeça em negativo.

— Não precisa, todo mundo gosta de você e adoraram fazer isso. — Ele veio até mim e me deu um beijo na testa. Não havia nada mais terno que receber esse tipo do que esse gesto. Mas havia algo em seus olhos, na maneira como agia que despertou algo no meu subconsciente.

— O que foi? — Ele me puxou e me fez sentar no sofá.

— Não queria estragar sua noite, mas tenho notícias da Carol. — Ele me despejou tudo.

— Por que não me contou mais cedo?

— Porque você teria deixado de fechar o negócio para ajudar sua irmã. Não deixarei você desistir de mais alguma coisa por causa de Carol. Pode ficar brava.

— Ah, você me deixa ficar brava?

— Desculpa, usei mau as palavras. — Bryan se levantou e começou a andar na minha frente. — Me disse que se eu te contasse não sairia correndo para tirar o dinheiro do banco e salvar sua irmã?

— Claro que sim. Ela estar com bandidos, Bryan!

— Tenho o dinheiro, vamos tirar ela dessa, como disse, liguei para Soraia e teremos apoio policial, não vamos te colocar em perigo.

— E você pode ficar? Ir encontrar um traficante...

— A luz do dia, ao lado da delegacia, com policiais de olho em mim. — Ele se ajoelho perto de mim. — Não vou deixar ele chegar perto de ti novamente. Farei a troca e vai ficar tudo bem.

— Não pode me garantir isso. Ela é minha irmã, não tinha direito de decidir por mim.

— E você é a minha mulher, seus problemas são meus, sua família e minha. Não quer casamento, tudo bem, é um direito seu, mas isso não quer dizer que é você de um lado e eu do outro. Quando veio morar aqui foi para sermos um casal.

— Um casal não esconde as coisas!

— Eu errei.

— Sim. Errou bem feio. — Levantei. — Não consigo falar contigo agora, eu vou dormir. — Ele ainda me chamou, mas o ignorei, caminhei até o nosso quarto e deita na cama.

Me sentia muito além de chateada com ele. Sim, tinha razão, teria saindo correndo para salvá-la. Teria pedido o prédio, pois havia outro comprador. Meus planos iram por água abaixo. Mas deveria ser a minha escolha, deveríamos conversar, droga.

Vi a luz do banheiro se acender e depois o chuveiro ligar. Tentei me força a dormir, mas o sono não vinha. Imagens de Carol sofrendo vinha na minha cabeça, ela tendo uma convulsão. Mordi o lábio segurando o choro. Por que ela tinha que ser assim? Onde tudo deu errado?

— Pode me odiar agora. — Bryan disse ao sentar na cama ao meu lado. — Mas eu te amo. — Recebi um beijo na bochecha e depois ele deitou ao meu lado. E cada um ficou no seu canto.

— Eu também te amo. — Disse depois de um tempo.

***

Levantei na manhã seguinte com dor de cabeça. Bryan não se encontrava na cama e achei até melhor. Se tive uma hora de sono completa, foi muito, e nesse pouco tempo os pesadelos assolaram minha mente. Tomei um banho, na tentativa de acordar. Ao chegar na cozinha o encontrei tomando uma xícara de café.

Meu querido AdmiradorOnde histórias criam vida. Descubra agora