Capítulo 6

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Bia

Desliguei o telefone com Ian, havia mensagem em um grupo de família de bombeiros, nos mantínhamos conectados sempre que acontecia ao grande. Geralmente para nos dar um apoio emocional, não era fácil ser parente de um bombeiro, de alguém escolhe ir de encontro as chamas e não fugir delas.

Eles ainda não conseguiram controlar o incêndio ainda, estão chamando mais batalhões para ajudar.

Jo, mandou no grupo. A esposa de Mario, um dos bombeiros.

Eles vão precisar de comida e água.

Mandei a mensagem.

Estou indo para cafeteria fazer sanduíches.

Posso ajudar.

Essa frase foi repetida por quase todas ali. Mesmo não sendo uma esposa ou mãe de bombeiro fui colocada oficialmente no grupo por ser dona do café, sempre que tinha qualquer evento eu fornecia os alimentos.

Mandei mensagem para Ian e fui me trocar. Em pouco tempo estava saindo de casa. Ao chegar no café já havia algumas esposas esperando. Minha cozinha virou uma linha de produção, todas trabalhando em silêncio, a tensão sendo palpável, cada uma ali se agarrando a suas preces para que os homens e mulheres atendendo o chamado ficasse bem.

Saímos de lá abastecidos, o incêndio não era muito longe, ao nos aproximar dava para ver o céu alaranjado. Claro que não chegaremos muito perto, iriamos criar nosso posto de atendimento o mais próximo o possível, os bombeiros sempre montavam lugares como esse, um posto de descanso para os homens se refrescar e tomar uma água. Montamos as mesas e distribuímos o que levamos. O comandante logo apareceu agradecendo.

Passava um pouco das seis da manhã quando vi Bryan, vestido na roupa de proteção preta com tarja amarela, segurava o capacete nas mãos e enquanto caminhava desabotoava a parte de cima da roupa. Seu rosto marcado pela fuligem, o cansaço e a desgraça marcando o olhar.

Ele parou perto de um caminhão e falou com alguém enquanto deixava seu cilindro de oxigênio, depois disso veio em nossa direção. Meu coração saltou do meu peito, queria correr e me jogar nos braços dele, apertá-lo como se faz como uma criança, o fazendo esquece de seja lá o que viu no incêndio.

— Oi! — Ofereci uma garrafa de água para ele.

— Oi! — Tanta coisa foi dita em um único olhar. Coloquei a mão dentro do meu casaco e tirei um pacotinho de dentro, ele sorriu para os bombons. — Uma visão dos deuses.

— Sempre sei como te animar, garoto açúcar.

— Você me conhece mesmo, não é, menina dos doces? — Balancei a cabeça afirmativamente.

— Muito ruim? — Apontei com a cabeça.

— Conseguimos controlar as coisas agora, é uma questão de acabar com os focos e depois revisar o local, ou seja, temos um longo caminho pela frente.

— Temos bastante comida. — Ele olhou por cima do meu ombro.

— A rede das mulheres?

— Não gostamos desse nome, na verdade, Ari não gosta do termo por ser o único marido, barra, namorado, barra, não sabemos o que. — Dei de ombros.

— Um dia, a Dani faz dele um homem de sorte. — Bryan secou o restante da água de sua garrafinha. — Preciso voltar.

— Antes como um sanduíche, por favor. — Virei as costas e peguei um e ofereci.

— Se não comer, não vai me deixar ir, não é? — Balancei a cabeça que sim.

***

Cheguei no café no meio da manhã, minhas meninas trabalhava com afinco para atender todos os clientes, me lembrando que precisava falar urgentemente sobre a Sara com o contador, mudar o contrato dela. Manoel nas últimas mesas tomava seu café, o que me chamou a atenção foi as caixas ao seu lado.

Meu querido AdmiradorOnde histórias criam vida. Descubra agora