Bia
Coloquei o cinto de segurança antes de partimos da clínica Esperança. Gostei bastante do lugar, tudo que Vanessa falou de fato acontecia, o lugar parecia um hotel fazenda cinco estrela e realmente todos os residentes trabalhavam para mantém o local sempre supervisionado por alguém. Geraldo é uma pessoa diferente de todos os conhecidos por mim, havia um olhar especial no homem de cinquenta e poucos anos. Ficou com Carol por mais de uma hora no consultório e veio em seguida a aceitação naquele lugar.
Nos próximos seis meses não poderíamos ver a Carol, toda a comunicação seria por cartas ou e-mail, os residentes tinha uma hora por semana para se conectar ao mundo, mas os familiares teria duas tele consulta com as equipes para saber o progresso do paciente.
— Ela vai ficar bem. — disse a Bryan. — Sinto que dessa vez vai dar certo.
— Vamos torcer por isso. — Liguei na nossa playlist. — Agora podemos focar nas obras do prédio ao lado, vamos colocar o seu plano em ação.
— Amanhã o empreiteiro vai lá novamente e dispensarei ele, vamos precisar achar outro. — O maluco me mandou um orçamento dos materiais super faturado, ele achou mesmo que seria bobinha, pesquisei cada item na internet e ficou trinta por cento mais barato.
— Conheço alguém, nos bombeiros precisamos fazer vistoria em obras, então conheci uns profissionais bons, vou ligar para eles e marca uma entrevista, assim pode escolher o melhor orçamento.
— Fechado... — Respirei fundo e travei o maxilar, o gosto ruim da bílis subindo na boca, nos últimos dias me sentia enjoada, Bryan achava que os remédios não me fazia bem, já que minha menstruação veio no começo do mês.
Acontece que não era só os enjoos, sentia meus peitos doloridos, um cansaço que não é de mim. Sim, poderia ser efeitos dos hormônios? Claro. Só que eu queria que fosse um positivo, o maldito teste.
Esse tempo todo tivemos tantas decepções. Faria um teste de farmácia antes de falar com Bryan, se desse negativo seria os remédios e se fosse positivo eu estaria esperando meu mini cabelo de fogo.
— Quando vai marcar o médico para ver esses enjoos?
— Já marquei. — Isso era verdade. — Semana que vem, no seu dia de folga, para não brigar comigo.
— Que bom, e depois vamos tirar a tarde de folga, faz tempo que não fazemos algum programa só nós.
— Verdade. Algo que não envolva máscaras.
— Sim, podemos pegar um cinema, que tal?
— Se você não roubar a minha pipoca doce, eu topo.
— Posso prometer nada.
— Bobão. — A volta para casa foi feita tranquilamente, no clima de descontração entre a gente. Ele me contou em detalhes como foi negociar com o bandido. Nada muito igual aos filmes da TV. O cara apareceu em um Fox vermelho, Manuel no banco do passageiro. O pai do garoto era o traficante, ele pediu um donativo de cinco contos para construírem um campinho de futebol, por mais que Bryan tentou fazer ele falar o verdadeiro motivo do dinheiro ele nada disse e o menino estando perto não quis insistir. Um PIX e tudo resolvido. Brigamos devido ao dinheiro, ele falou que pegou com Ian e finalmente chegamos no consenso que iriamos colocar a parcela dentro do nosso orçamento doméstico.
Quando chegamos na cidade, minha mãe me ligou pedido para eu ir até lá, acabou que ela precisava tanto de mim que fique a noite com eles, Bryan não gostou muito, eu vi isso nos olhos dele, claro que não disse nada. Aquela noite virou uma semana, minha mãe ficou doente e não conseguia cuidar do meu sobrinho.
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Meu querido Admirador
ChickLitO mundo é feito de aparências, eu não sou exceção, passei a minha vida toda escutando, da minha própria irmã, o quão fora do padrão eu era. Aquilo minou minha autoconfiança até o dia que um lindo homem me mostrou a pessoa bela que eu sou. Agora era...