Capítulo 11

951 79 11
                                    

Bryan

Cheguei no quartel na segunda estampando o maior sorriso que conseguia. Bia aceitou ser minha namora, nem acreditava que a história do admirador, deu certo. Apostava que iria descobrir que era eu, logo de cara, não sei guarda segredo e quando me perguntou fiquei sem saber o que responder e ter recebido um chamado na hora foi propicio.

— Grande Bryan. — Samuel, o outro tenente do batalhão me cumprimentou na entrada. — Pelo seu sorriso e essas vasilhas, você finalmente conseguiu conquistar o coração de Bia?

— Sim. — Meu sorriso se ampliou ainda mais se fosse possível. — Tentei incendiar a minha casa, ela ficou com pena e começou cozinha, trouxe bolo e torta e um aviso de que se eu esconder dessa vez fico sem qualquer doce por uma semana, ela ainda disse que vai colocar senha no ifood.

— Seria mais dolorido para você do que uma greve de sexo? — Sam gargalhou e me acompanhou para dentro, passamos pela central e seguimos o corredor até chegar a cozinha, deixei as vasilhas em cima da grande mesa.

— Cara, pode me culpar. — Abrir uma das vasilhas e peguei um pedaço de bolo de cenoura. — Isso é maravilhoso. — Mastiguei com vontade aquela maravilha fofa e açucarada.

— Me conta, como foi com a Bia. — Sam foi até a cafeteira e pegou uma xícara de café para cada um.

— Levou um certo tempo para acreditar que eu a queria, ela tem uma noção distorcida do que é belo. — Sentei em um dos bancos deixando a mochila de lado. — Consegui um sim dela, mas vejo que terei um grande trabalho em a convencê-la o quão especial é.

— Se quer escutar alguém que tem a experiência de conviver com sete mulheres. — Sam sentou em minha frente. — Mostre e não diga, não adianta nada falar o quão bonita é, não vai funcionar.

— Estou considerando usar o sexo, e não tenho vergonha de dizer isso, o bom de ser homem, nesse caso, é que não tem como eu esconder o fato de que ela me atrai. — Dei meu melhor sorriso.

— Cara, você arrumou um pacotinho de felicidade. — Concordei com a cabeça. — O que você vê nela?

— Não sei por onde começar. — Olhei para os pedaços dos bolos, queria pegar mais um, sabia que não pararia e os rapazes ficariam sem. — Consigo ficar horas falando com ela sobre qualquer coisa. — Uma lembrança veio em minha mente. — Uns anos atrás, ela e meu irmão voltaram para casa nas férias da faculdade, em uma noite quente, ficamos no nosso quintal...

— Você e a família dela dividem o quintal, acho que levaram em um novo patamar a boa vizinhança.

— Os Pereira e Mendonça são amigos desde sempre, as nossas famílias são assim mesmo. — Dei de ombros. — Nos dois sentamos em cadeiras e ficamos olhando o céu e bebendo, e ficamos falando sobre extraterrestres, algo sem pé nem cabeça. — Segurei a xícara com as duas mãos deixando o líquido as aquecer. — Me apaixonei por uma mulher que seria uma embaixadora para pessoas do outro mundo.

— Bia é alguém especial, escolheu bem, meu amigo. — No alto-falante foi anunciado a solicitação do corpo de bombeiros, largamos tudo e corremos para o pátio dos caminhões, o dia começaria agitado.

Em poucos minutos estamos no caminhão. O chamado era sobre um acidente de carro, a sirene ligada parecia estar conectado com o meu sangue, ele corria tão rápido quanto a estrutura metálica ao meu redor. Respirei fundo e pedi a Deus proteção, qualquer chamado significaria risco de morte, poderia ser os civis ou um dos nossos, um simples chamado poderia se tornar algo grande.

— Afonso, toca o bumbo, temos um soldado abatido. — Sam pediu pelo microfone do capacete, no ABTS além do giroflex e a sirene havia uma buzina potente para ser usada em alerta aos motorista e assim saindo de nossa frente. O que Sam pedia, era que o motorista, um loiro de dois metros de altura e sorriso fácil chamado Afonso, acionasse a buzina três vezes, uma tradição boba nossa, quando um de nós se amarrava com alguém, fazíamos na primeira chamada.

Meu querido AdmiradorOnde histórias criam vida. Descubra agora