Capítulo 29

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— Sigam-me, irei acomodá-los em seus quartos. — disse olhando em direção a mãe de Ino, que até o momento mantinha a cabeça abaixada. Caminhamos em silêncio durante todo o trajeto, era nítido a tensão que cercava o grupo conforme adentramos os corredores longe de onde Sasuke estava com o visconde. Assim que chegamos a ala do palácio que era desabitada, sinalizei os quartos que poderiam ser ocupados por eles, tomando o cuidado de manter a viscondessa ao meu lado durante todo o processo. — Peço que permaneçam em seus quartos até o nosso próximo encontro, caso necessitem de algo, podem solicitar a presença de um criado para apoiá-los.

Assim que todas as portas foram devidamente fechadas, a viscondessa ergueu o rosto e me encarou pela primeira vez. Uma pequena mancha arroxeada jazia no canto inferior do seu queixo, mas ela não vacilou diante do meu olhar investigativo, ao contrário, ergue-o mais.

— Onde minha filha está? — disse vestida de coragem e orgulho.

— Acompanhe-me viscondessa. — Sorri-lhe gentilmente.

O silêncio voltou a nos rodear até estarmos de frente à porta do quarto de Ino. Antes mesmo que eu pudesse bater na porta, ela se abriu. Ino tinha os olhos arregalados e marejados e estavam inteiramente voltados para sua mãe atrás de mim. Notei que estava diante de um reencontro familiar muito esperado e que apesar de Ino nunca ter mencionado sua mãe, ela sentia muito a sua falta. Enquanto ambas se abraçaram em meio às lágrimas, eu lutei contra a minha própria vontade de ceder ao choro. Minha amiga merecia essa felicidade. Sem querer quebrar o momento, mas consciente da necessidade de sermos rápidos, coloquei minha mão no ombro de minha amiga, um pequeno sinal que ela entendeu prontamente.

— Mãe, onde meu bebê está? — Ino falou com a voz carregada de emoção. Havia um temor genuíno em seus olhos. O medo de ouvir que seu filho estava inalcançável.

A viscondessa encarou a filha e apertou-lhe o abraço mais uma vez antes de soltá-la.

— Sua filha está bem — ela encarou-me de lado, medindo o quão confiável eu poderia ser para ouvir o restante da sua resposta, mas após uma confirmação de Ino, ela aparentou relaxar. Elas não poderiam ser mais parecidas. — Eu fiz uma coisa arriscada, veja, eu não sabia quando teria outra oportunidade e apesar dos rumores que circulavam sobre esse lugar serem horríveis, ainda era...

— Mãe! — Ino a interrompeu parecendo ser incapaz de ouvir qualquer coisa além da resposta da sua pergunta.

Onde estava a sua filha.

— Eu a trouxe.

Ino e eu ficamos estáticas por alguns segundos olhando-a.

— Como? — fui a primeira a falar.

— Eu a trouxe, sem que o visconde soubesse, está com uma criada em treinamento, ambas escondidas em um dos baús de viagem.

Ino e eu não paramos para pensar em quão semelhante era a situação. Uma vez havíamos corrido para salvar o meu irmão que havia se escondido em uma carruagem e agora fazíamos o mesmo por sua filha. Sem ao menos ter ideia, a mãe de Ino tinha nos poupado grande esforço. Sasuke vinha preparando essa manobra desde o período em que foi liberto da maldição. O seu plano era manter o visconde e os demais entretidos com seus jogos de acusações, enquanto Ino e eu descobriríamos o paradeiro de seu filho e assim que o fizéssemos, um grupo especializado iria resgatar a criança.

Quando Ino e eu chegamos nas portas do palácio, alguns servos estavam descarregando as bagagens que estavam presas a traseira das carruagens, dentre eles, havia uma particularmente grande, que tomava forma conforme nos aproximamos. Assim que paramos diante dela, havia alguns furos sutis em seu corpo.

PERSONA (VERSÃO SASUSAKU)Onde histórias criam vida. Descubra agora