Quando Murdoc se levantou novamente, sua calça estava quase completamente encharcada também. Ele não, necessariamente, se surpreendeu ao chegar a seu limite apenas com a mera visão do prazer de 2-D. Mas se incomodou com a rapidez com que isso aconteceu. Diabo.
Àquela altura, já recuperado de seu arrebatamento, o azulado envolveu suas mãos na camisa de Murdoc, fazendo menção de tirá-la. O líder não o impediu, e até mesmo facilitou o processo. De seu pescoço, o pingente de cruz invertida pendia loucamente com a movimentação, reluzindo sob os primeiros clarões da lua.
- Por que é assim? – 2-D perguntou, envolvendo a peça com os dedos trêmulos.
- Para me lembrar. – Murdoc respondeu apenas.
- De quê?
- De que não é um Deus que me protege.
2-D engoliu um seco, encolhendo os ombros. Conhecera Murdoc já com aquele velho pingente que, de forma nenhuma, saía de seu pescoço. Ele não podia imaginar para quê tanta devoção, visto que o líder não era afeito a nenhum tipo de religião. O que era mais irônico, pois possuía outra cruz, essa tatuada em seu braço direito.
O azulado passou os dedos por ela, por cada traço e saliências, a beijando em seguida. Havia ainda uma segunda tatuagem, um imenso rosto de gorila em suas costas e que 2-D conhecia pouco, pois era recente. De onde estava, o vocalista não podia levar seus lábios a ela, mas conseguia fazer suas mãos dançarem pela pele ainda sensível. 2-D contemplava as feições de prazer de Murdoc, que mal podia controlar a própria respiração. E a sensação de tal poder era indescritível. Era ótima.
Os olhos de 2-D não desgrudavam dos de seu líder, que vez ou outra mordiscava os próprios lábios, em expectativa. A onda de eletricidade entre eles era quase palpável, quase visível até. E o azulado mal podia acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Que aquilo realmente aconteceu! E se Murdoc realmente sentia tudo aquilo que aparentava sentir, então, por Deus, 2-D aproveitaria isso. Só dessa vez. Mesmo que fosse somente dessa vez.
Quando suas mãos finalmente pararam de tremer, o vocalista tornou a passear com elas pelo tronco de Murdoc, que a cada movimento recebido, segurava um pouco mais a respiração. 2-D desceu seus dedos pelas costelas, abdômen, barriga e, quase chegando ao baixo-ventre de seu líder, notou que os braços dele fraquejaram. Ele não pôde conter um sorriso malicioso, principalmente quando sentiu a umidade nas calças de Murdoc.
Com um pouco de receio, 2-D segurou a fivela do cinto do baixista, demorando um pouco para abri-lo apenas para ver o líder semicerrar os olhos, numa agonia tão instigante, que chegava a ser um deleite. Então aquilo era poder, o azulado pensou, com certa satisfação. Era exatamente aquela a sensação, de ser aquele que detém todas as regras. E, naquele momento, Murdoc estava abaixo dele. Não, reconsiderou, estavam na mesma posição. Pela primeira vez, Stuart Pot e Murdoc Niccals estavam de igual para igual.
Com um puxão rápido, 2-D arrancou o cinto e o jogou longe. Os lábios de Murdoc se contorceram num sorriso sôfrego, mas sincero. A julgar pela maneira que olhava para o vocalista, estava extremamente satisfeito com a ousadia. Ainda assim, vê-lo tentar o despir era mais do que seu pênis já inchado podia aguentar. Da maneira que pôde, arriou as calças até os tornozelos, puxando um 2-D muito surpreso para junto de si.
O baixista grudou seus lábios nos do vocalista com ferocidade, necessitava estar junto dele, de sentir seu gosto, de tê-lo para si e sentir que aquilo nunca acabaria. Em um lampejo de sanidade, Murdoc pensou em como nunca foi capaz de perceber que aquilo que sempre formigava dentro dele era desejo. Como fora estúpido. Como fora um tolo por nunca entender que tudo o que precisava estava ali, bem do seu lado, por todos aqueles anos.
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Gorillaz: Make Me Feel Good
FanfictionDepois de Paula Cracker, o coração do doce e gentil 2-D se fechou para tudo e qualquer pessoa que tentasse transpor a armadura que ele criou para si próprio em autodefesa. Ele só não imaginava que não conseguiria ser capaz de impedir que o tiro de u...