Draco
Foi estranho atravessar a aula de inglês sem o Harry a meu lado, segurando minha mão, sussurrando em meu ouvido, fazendo eu me desligar do mundo acho que fiquei de tal modo habituado à presença dele que acabei esquecendo como Cho e Marieta podem ser cruéis. Mas quando vejo as duas trocando um sorrisinhos irônicos e mensagens (do tipo: aberração idiota, não foi à toa que ele se mudou), percebo que só me resta refúgio no capuz, e no aplicativo de música do celular e nos óculos escuros.
E também não posso deixar de perceber a ironia da situação. Não é que eu não tenha entendido a piada pois, para alguém que teve uma crise de choro no estacionamento, implorando ao namorado imortal que sumisse do mapa, de modo que ele pudesse ser um garoto normal outra vez... bem, obviamente a piada sou eu.
E minha nova vida sem Harry, todos os pensamentos ao redor, os ruídos e as cores que a todo o instante assolam meu sentidos são tão incômodos e avassaladores que meus ouvidos estão sempre chiando, os olhos não param de lacrimejar e as enxaquecas atacam tão de repente, invadindo minha cabeça, sequestrando meu corpo, provocando tantos enjoos e tonteiras que mal consigo agir.
Engraçado. Eu estava com tanto medo de contar a Blas e Pansy sobre meu rompimento com Harry que uma semana inteira se passou sem que o nome dele sequer fosse mencionado; mesmo assim, foi eu quem tocou no assunto depois. Acho que eles já estava tão acostumados as faltas dele que nem chegaram a estranhar este último e mais prolongado sumiço.
Portanto, certo dia, durante o almoço, limpei a garganta, olhei para eles e dei a notícia:
__ Só para informação de vocês, Harry e eu terminamos.__ E antes que eles pudessem falar, levantei a mão e disse:__E ele foi embora.
__Embora?__ambos disseram, dois pares de olhos arregalados à minha frente, dois queixos caídos, os dois se recusando a acreditar.
Mesmo sabendo que meus amigos estavam preocupados comigo e que eu devia a ambos uma boa explicação, finquei o pé e dei o assunto foi encerrado.
Com a Sra. Trelawney, no entanto, não foi assim tão fácil. Alguns dias depois de Harry ter indo embora ela se aproximou no meu cavalete e, fazendo o possível para evitar contato visual com o desastre do meu Van Gogh, disse:
__Sei que você e Harry eram muito próximos e que deve estar difícil para você, então achei que devia lhe dá isto aqui. Aposto que vai achar extraordinário.__ E me entregou uma tela.
Simplesmente larguei a tela no chão, apoiada sobre o cavalete, e continuei a pintar. Claro que o trabalho de Harry era extraordinário; tudo que ele fazia era extraordinário. Por outro lado uma pessoa que vagou pelo mundo durante séculos teve tempo suficiente para aprender um monte de coisas.
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Para sempre (Drarry)
FantasyDepois de perder toda sua família em um desastre de automóvel,do qual inexplicavelmente escapou,Draco Black Malfoy tem sua vida transformada por completo. Ele muda de cidade,de escola,de amigos,e precisa aprender a conviver com uma realidade atordoa...