Depois de perder toda sua família em um desastre de automóvel,do qual inexplicavelmente escapou,Draco Black Malfoy tem sua vida transformada por completo. Ele muda de cidade,de escola,de amigos,e precisa aprender a conviver com uma realidade atordoa...
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Draco
Harry mal tem tempo de estacionar direito quando salto do carro, corro para dentro de casa e suba as escadas em disparada, saltando dois degrais de cada vez, rezando para que Scorpions estejam no quarto. Preciso vê-lo, conversar com ele sobre os pensamentos malucos que andam rondando minha cabeça. Scorpions é um único com quem eu posso me abrir, o único capaz de me entender.
Procuro por ele em minha sala de estudos, no banheiro, na varanda, gritando seu nome, sentindo-me meio estranho, aflito, angustiado, tomado de um pânico que mal consigo explicar. Mas Scorpions não está em parte alguma.
Então me jogo na cama e, enroscando o corpo até formar um novelo humano, revivo toda a dor que foi perder meu irmão e meus pais.
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__Draco,meu amor, você está bem?__ Régulos joga a bolsa de trabalho em uma cadeira e se ajoelha-se ao meu lado, encostando a mão fria em minha pele suada e quente.
Fecha os olhos e faça que sim com a cabeça. Apesar do desmaio na escola e da exaustão dos últimos dias, sei que não estou doente . Pelo menos não do jeito que ele pensa . A situação é muito mais complicada que isso. E a cura não tão fácil.
Fico de lado e, enxugando as lágrimas com a fronha do travesseiro, digo:
__ É que ...bem, às vezes... às vezes não consigo me controlar, sabe? E o tempo não tem tornado mais fácil lidar com isso. __ Sinto um nó na garganta, e as lágrimas brotam de novo em meus olhos.
Visivelmente comovido, Régulos olha para mim e diz:
__Olha, acho que isso nunca vai passar. Essa dor pela perda, essa sensação de vazio. Acho que a gente precisa se acostumar, sabe? Aprender a conviver com tudo isso__ Ele sorri e enxuga meu rosto com a mão.
Depois se deita ao meu lado, e para minha surpresa não me afasto dele. Apenas fecha os olhos e me permito sentir sua dor, a minha também, até que nossos sentimentos se misturam num só, num único sofrimento que parece não ter começo nem fim . E ficamos assim por um bom tempo, chorando juntos, conversando de um modo que nunca conversamos antes, abrindo o coração como deveria ser feito desde o início. Se eu não tivesse fechado as portas para ele. Se não o tivesse mantido longe de mim.
Quando enfim se levanta para preparar o jantar, Régulos vasculha sua bolsa e diz:
__Olha só o que encontrei no porta-malas do carro. Você me emprestou logo depois que chegou aqui, e eu acabei me esquecendo de devolver.