Victor Decker:
Nós seguimos Blue através da cidade, por um incomumente longo e curvilíneo beco que se tornou negro-azeviche, e subitamente estávamos em frente a uma casa. Notei que algumas mulheres estavam sentadas, reconhecendo-as como ninfas dos ventos. Uma delas acenou para Blue quando ela passou para dentro da casa, e as outras se afastaram enquanto Blue nos guiava pelo caminho em silêncio. Mark estava calado desde que entramos na cidade e não sabia o que estava acontecendo agora em sua mn ete quando chegamos nessa casa.
Blue conduziu-nos silenciosamente pelos corredores da casa, afastando-se do bulício da cidade. À medida que avançávamos, a tensão no ar parecia crescer, e a expressão de Blue denotava uma seriedade profunda. Finalmente, paramos diante de uma porta ornamentada que emanava uma suave luminosidade azul.
— Aqui está. Mas lembrem-se, prometam que não dirão nada quando entrarem. — Blue olhou para cada um de nós, buscando nosso compromisso.
Assentimos, intrigados e curiosos sobre o que poderia estar por trás daquela porta. Blue abriu-a com cuidado, revelando um espaço mágico, iluminado por uma luz etérea. Era um refúgio tranquilo e encantador, onde a energia mágica pulsava suavemente no ar.
Dentro, encontramos uma reunião de criaturas feéricas diversas, incluindo ninfas dos ventos, duendes e seres mágicos de todas as formas. No centro da sala, uma velha ninfa, estava sentada, observando-nos com olhos penetrantes.
Blue aproximou-se dela e, com uma reverência respeitosa, anunciou:
— Avò, como tem passado?
A velha ninfa sorriu calorosamente para Blue, reconhecendo-a com ternura.
— Blue, minha querida, sempre é um prazer vê-la. E quem são esses visitantes curiosos que a acompanham? — perguntou a anciã, seus olhos brilhando com sabedoria. Seus olhos apontaram para Mark. — Aquele é seu namorado/
Blue nos apresentou, indicando cada um de nós com gestos delicados.
— Estes são meus amigos, Deve lembrar do meu namorado Mark. Eles são viajantes em busca de respostas e orientação. Pensei que talvez pudessem encontrar aqui o que procuram.
A anciã estudou-nos com olhos perspicazes antes de acenar convidativamente.
— Bem-vindos, viajantes. Eu sou Selene, a guardiã deste refúgio mágico. O que os traz até aqui?
Mark, ainda um tanto desconcertado, desviou o olhar de Blue e isso me fez dar um passo à frente.
— Eu sou Victor Decker, estamos em uma jornada, querendo ir para o meio do nada o caminho entre nevernever e o mundo Mortal. Blue nos conduziu até aqui, para que possa ajudar a gente.
Selene sorriu, compreendendo a seriedade.
— Vejo que têm corações sinceros e mentes inquisitivas, vejo que você é igual ao que o vento sussurra para mim. Este lugar é um refúgio, um espaço entre os mundos onde aqueles que buscam respostas podem encontrar orientação, onde os feericos que foram abandonados veem ou onde crianças mortais podem ter uma família. Aqui, as barreiras entre o mágico e o mundano se tornam mais tênues. Os receberei como convidados da minha neta.
A anciã nos convidou a sentar e compartilhar nossas histórias. À medida que cada um de nós falava sobre nossas jornadas e desafios, Selene ouvia atentamente, oferecendo palavras de sabedoria e conselhos que pareciam transcender o tempo.
Ao final da reunião, Selene olhou para nós com um olhar significativo.
— A jornada que vocês enfrentam é única, e cada passo moldará o destino de vocês. Lembrem-se, viajar com o coração aberto e a mente receptiva é a chave para desvendar os mistérios que aguardam. Vocês têm o meu apoio e as bênçãos deste refúgio e a permissão para usar meu trod se ele assim deixar que o usem. — Selene disse.
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Anjo das sombras | Livro 4: O Rei Das Fadas
AventureDentro de menos de vinte e quatro horas, Victor celebrará seu décimo sétimo aniversário e enfrentará uma escolha crucial. Apesar de tecnicamente já ter vivido dezessete anos, sua estadia prolongada em Nevernever o deixou apenas alguns dias mais velh...