•a maconha•

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–Filha estou indo na missa com a Maggie –minha mãe arrumava os seus utensílios na grande bolsa marrom que ela sempre levava para a igreja –Se comporta e não faz barulho, sua avó tá descansando e quer silêncio.

–Tudo bem.

–Beijos, a mamãe te ama –minha mãe saiu do meu quarto deixando a porta entreaberta.

Tranquei minha porta na chave e voltei para minha cama.

Continuei vasculhando a Internet atrás de algo interessante o suficiente para me fazer perder o sono.

Ouço batidas suaves na porta e por um momento imagino o que minha mãe pode ter esquecido no meu quarto para ter que voltar, mas lembro-me da minha avó que sempre vem pegar minhas meias.

–Estou ocupada, pelada! –falei, não muito alto, enquanto ia até a gaveta de meias.

–Isso era pra fazer eu ir embora? –reconheci sua voz encreiqueira.

Corri até a porta abrindo o trinco e logo avistei Billie com seu moletom branco.

–É você? O que tá fazendo aqui?

–Eu também estou decepcionada, esperava que estivesse pelada –ela rolou os olhos azuis tirando as mãos dos bolsos –Posso entrar?

–Não!

–Valeu –disse ela já invadindo meu quarto indo para minha cama.

–Eu disse que não.

–E eu fui educada e falei: valeu – ela rebateu.

–O que você quer?

–Vim te ver, sua mãe obrigou a minha a ir na missa.

Billie me encarou do mesmo jeito de ontem, seus olhos focaram em mim de uma maneira pessoal demais, o jeito que ela deixava um pequeno sorriso nos lábios enquanto encarava os meus me da um gelado na barriga inexplicável.

–Ela não obrigou, sua mãe foi por que quis.

–Tá bom, sei.

–O que você veio fazer aqui?

–Te ver..

Eu tenho certeza que nada que ela diz pra mim é planejado.

–Eu trouxe uma coisa pra gente –Billie tirou uma caixa de dentro do bolso –Quer experimentar?

Não entendi seu olhar sugestivo, Billie se sentou na cama desviando o olhar para a caixinha na sua mão.

–O que é isso?

–Senta aqui –ela bateu na cama me convidando para me sentar ao seu lado.

Fui até ela curiosa para saber o que era aquilo dentro da caixinha, Billie tirou de lá uma papel com uma erva escura, o cheiro forte se espalhou pelo meu quarto e ela concentrada tirou uma fina folha de pele, colocou a erva e embolou aquilo, passando delicadamente sua língua pela borda do papel e fechando.

–Apresento a você, a maconha –ela estendeu o cigarro na mão em minha direção.

–Isso não é crime?

Amor, eu vejo você na minha janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora