•luz dourada•

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–Eu não sei o que falar pra vocês duas –Maggie disse rodando a mesa zangada.

–Você prometeu Billie, que nunca mais brigaria –Patrick disse parecendo decepcionado –Olha o que você conseguiu.

–Não foi culpa dela –falei me interferindo na conversa–Ela só se defendeu, a menina atacou ela primeiro.

–E quem foi essa menina?

–Eu não vi quem era –menti.

–Foi uma drogada, ela veio pra cima de mim e eu me defendi pai –ela disse com a voz baixa.

–Isso é verdade S/n? –Maggie perguntou seria.

Concordei sem olhar pra ela.

–Amanhã a gente conversa melhor sobre isso –Maggie massageou suas têmporas –Vão dormir, está tarde demais.

Já passava das 04:00 da manhã e eu estava sem um pingo de sono, Billie levou alguns pontos na testa e estava com um olho roxo, tinha um corte grande no lábio superior e mais algumas roxuras espalhadas pelo nariz. Sua camisa ainda estava manchada de sangue, igualmente aos seus braços e cabelo.

E mal conseguia olhar para ela.

Subimos juntas as escadas e quando eu estava prestes a seguir para o meu quarto, ela agarrou meu braço com a força que lhe restava. Ela se apoiou na escada para poder conseguir se equilibrar.

–Me ajuda a tomar banho? –ela pediu com a voz fraca.

Ela não parecia muito bem, ajudei ela a se apoiar no meu ombro e fomos até o quarto dela. Entramos em silêncio e eu coloquei Billie sentada na cama, ela tirou com dificuldade a camisa suja de sangue e tinha alguns pequenos hematomas nas costelas do lado esquerdo. Seus seios estavam sujos com sangue seco que estranhamente combinava com o tom de pele dela, suas pulseiras eram a única coisa que fazia barulho no silêncio miserável que ponderava no quarto.

Segurei firme em suas mãos levando ela até o banheiro, me ajoelhei a sua frente para retirar sua calça moletom escura, ela se apoiava no box do banheiro enquanto retirava perna por perna da calça. Era uma mistura de álcool, remédios para dor e uma surra que deixavam Billie assim, quieta, calada, pequena. Ajudei ela a lavar seus cabelos sem ficar um clima estranho, ela mesma conseguia tomar banho sozinha, mas eu queria estar ali com ela.

Envolvi seu corpo molhado no roupão escuro e trouxe a mesma de volta para a cama, ela se sentou enquanto eu procurava algo para que ela vestisse.

–Me desculpa..–ela quebrou por fim o silêncio –Eu perdi a cabeça.

–Você dormi um pouco Billie, amanhã a gente conversa.

–Não, por favor diz que me desculpa –ela pediu mais uma vez com a voz chorosa.

Me aproximei dela com suas roupas em minhas mãos, Billie me olhava como uma criança pequena, seus olhos avermelhados pela futuras lágrimas, seu corpo estava ferido, mas eu sabia que sua alma também.

–Eu desculpo você –me ajoelhei novamente para ela e ela colou sua testa a minha –Eu sempre vou te desculpar, por que eu te amo.

–Eu..

–Mas eu não vou te enfrentar –interrompi sua frase –Você é difícil demais pra mim, louca demais pra mim, eu quero seu amor só pra mim, e isso você não pode me dar.

–Desculpa –ela sussurrou chorando –Desculpa.

Eu não estava desistindo de amar Billie, provavelmente demoraria para que eu deixasse de gostar dela, mas Billie não me ama.

Amor, eu vejo você na minha janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora