•abismo silencioso•

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-Tchau!

O professor havia ido embora e eu finalmente estava livre, estudar em casa claramente é mais fácil, mas não é simples.

É cansativo, é estressante e tem a minha mãe que fica me vigiando, ligando o tempo inteiro pra saber como estou indo. Eu nem sei como é uma sala de aula, nunca frequentei uma sem ser online.

Eu sempre me sinto sozinha, ainda mais quando esse professores vem pra cá, eles me olham como se eu fosse estranha como se eu fosse uma coisa de outro mundo.

Nunca descobri ao certo o por que minha mãe me proibia de ir pra escola, ou o por que de ela não deixava eu sair de casa, a não ser para ir a igreja e na biblioteca, mas eu também nunca insisti em questionar.

Guardei meus cadernos e subi, o sol já estava quase se pondo e minha mãe estava no trabalho, minha avó estava dormindo em seu quarto e eu iria me trancar no meu quarto e assistir alguma coisa..se não fosse por uma coisa.

Uma gata, deitada na minha cama. Ela tinha o pelo em mosaico, misturando preto, branco e amarelo. Seus olhos grandes me olharam surpresos e ela logo ficou atiçada para sair dali, a cortina cobria a janela e ela não conseguia sair.

-Calma bonita -peguei a gata no colo com medo que ela me arranhasse e ela veio tranquila, receosa também, mas logo pegou confiança para esfregar seu pelo liso em mim e miar -Qual seu nome hm?

A gata tinha um coleira rosa.

Selena
Whiby, 27.

Droga, é a minha rua, ou melhor a casa do lado da minha, ou melhor a casa da Billie.

-Droga gatinha.

A gatinha se esfregava em mim buscando carinho, coloquei ela sobre a cama novamente e tirei coloquei uma saia sobre o short jeans que eu usava. Minha mãe sempre odeia que eu saia com shorts.

Olhei pela de Billie e ela estava trancada.

Desci as escadas com a gatinha no colo, a casa de Billie a apenas alguns poucos passos da minha e minhas mãos suando por alguma razão.

Toquei a campainha com um toque calmo e aconchegante, não demorou muito para que ela viesse me atender. Com seus cabelos verdes soltos por seus ombros descobertos, a regata branca marcando seu sutiã preto e uma calça larga de moletom, ela aparentava uma cara de sono, talvez preguiça. Estava sem jóias, mas carregava consigo um fone de fios longos e brancos.

-Selena -ela reconheceu a própria gata tirando ela do meu colo -Tá querendo sequestrar minha gata?

-Ela entrou pela minha janela, e estava na minha cama.

-Hm, tô sabendo, tô de olho em você viu -ela disse brincalhona.

Ignorei ela e me virei para ir embora, a garota segurou meu braço me impedindo de escapar daquele espaço que estava ficando incômodo para mim.

-Vamo tomar um sorvete? A gente podia se conhecer melhor né?

-Não!

Me soltei dela e caminhei para minha casa sem olhar para trás. Minha camiseta preta estava lotada de pelos de gata, pelos amarelados e fofinhos.

...

R6y@15: calma, por que todo esse ódio?

Ask_me: você não entende, eu odeio o mundo a minha volta, odeio o ar que eu respiro, odeio a mim mesma e não sei se consigo parar de odiar.

R6y@15: por que se odeia tanto??

Ask_me: eu sou estranha, sou sozinha. Eu queria ser como as adolescentes da minha idade.

Amor, eu vejo você na minha janelaOnde histórias criam vida. Descubra agora