Maximilian
Axion ficou fora da cabine até de madrugada, eu tirei cochilos durante esse tempo, não consegui pegar completamente no sono.
Levantei e fui para a mesa olhar os mapas, tem vários que eu nunca vi, prestei atenção nos desenhos e palavras, li cada uma, devagar e calmamente, para não errar. Reparei que todos tem o símbolo de Raden no canto superior, talvez Axion tenha trazido com ele quando saiu da cidade.
Aproveitei para mexer nas gavetas, vendo o que tinham nelas, só não mexi naquela trancada, a chave está na fechadura, mas não sei se devo...Ele pode achar ruim, e se brigar comigo? Uma chave nunca foi tão tentadora quanto essa...
Respirei fundo e olhei a porta, girei a chave tão rápido que nem percebi quando a gaveta abriu, puxei ela para abrir. Franzi o cenho observando, vi uma pistola, algumas cartas presas juntas, todas tem como destinatário Axion, mas quem as escreveu se chama Brice, e uma caixa, ela é de madeira esculpida. Peguei o objeto e abri, me deparei com um par de sapatos de bebê e um colar, daqueles que guardam uma pintura dentro. Abri a joia e tinha um retrato idêntico aquele que ficava na sala de estar do Axion. São as coisas da falecida.
Olhei os sapatinhos e a pintura, depois olhei o revólver com as cartas, uma coisa não tem nexo com outra, apenas coisas que ele queria guardar. Provavelmente são coisas que fazem ele sentir que ela ainda está aqui.
Voltei a realidade quando ouvi a porta ser aberta, guardei tudo rapidamente e tranquei a gaveta, deixando como estava.- Por que está acordada? - Axion me olhou de canto, tirando os sapatos.
- Eu perdi o sono...
- Estava fazendo mapas?
- Apenas observando.
- Entendi - Suspirou e deitou na cama - Não vai se deitar?
- Eu vou - Me levantei.
O capitão me olhou até que eu deitasse na cama confortavelmente, me abraçou com cuidado, beijando meu rosto inteiro.
- Precisa dormir, pequena sereia.
- Pequena sereia?
- Você é pequena e é uma sereia, pequena sereia.
Ri fracamente, faz sentido.
- Não gostou?
- Não é isso, só não tinha entendido antes.
- Bom, agora entendeu - Sorriu, beijando meu rosto de novo.
- Está cansado?
- Não muito, dá para aguentar.
Concordei com a cabeça, ficando quieta. Não sei se devo perguntar sobre o passado dele de novo, se ele vai se sentir incomodado.
- No que está pensando?
- Por que tranca a gaveta? - Olhei ele.
- São coisas importantes, mas que devem ficar guardadas.
- Por que mantém essas coisas guardadas?
- Por que elas fazem eu repensar as minhas decisões.
- Que tipo de decisões?
- Abandonar a guarda e vir para o mar.
- E por que fez isso? - Olhei ele.
- Porque nenhum lugar me pertencia mais.
- Depois que eles morreram?
- Também, me senti igual um tempo antes.
- Sério? Quando?
- Quando minha mãe morreu, quando saí de Mignon.
- Morava em Mignon? - Brinquei com o cabelo dele.
- Nasci lá - Ele suspirou.
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Song of the Seven Seas
RomanceMaximilian Calypse havia sido levada a força por piratas, obrigada a servi-los da forma que quisessem, uma escrava dos humanos. Em meio a uma batalha violenta ela vê uma forma de escapar, uma chance de recuperar sua vida, mas isso teria um pre...