𝑽𝒐𝒄𝒆̂ 𝒑𝒓𝒐𝒎𝒆𝒕𝒆𝒖

572 40 9
                                    

Maximilian

Depois de nadarmos fomos direto pro navio, onde os marujos estavam preparando uma fogueira.
A noite em Nasir é barulhenta e fria, mas os místicos não parecem se importar, muitos vão para as águas, outros sobem em árvores para comer frutas, se divertem sem medo aqui.

- Está bem? - Axion me olhou, passou o casaco dele pelos meus ombros - Vão fazer a janta daqui a pouco.

- Eu estou bem, e não estou com tanta fome agora.

- Bom, melhor estar quando a janta aprontar.

Concordei, não estamos tocando no assunto sobre Jasper também estar aqui, mesmo que nós dois estejamos sentindo o olhar dele sobre nós, Axion retribui o olhar, diferente de mim.

- E você, está bem? - Perguntei a ele quando encostei em seu ombro.

- Estou ótimo, perfeitamente bem.

- Por favor, não arrume uma confu-

- Posso me sentar aqui, não posso? - Alguém me empurrou para o lado, se sentando rapidamente.

Nós dois olhamos a pessoa, ou melhor, o homem que me empurrou, é da tripulação de Jasper.

- Não, não pode - Axion empurrou o homem e me puxou para perto novamente.

O homem não entendeu nada, saiu de perto quando outros tripulantes o puxaram, quando percebi, já estavam sentados em volta da fogueira junto com a tripulação do nosso navio. Por incrível que pareça, todos estão tendo uma ótima convivência, conversam com calma e simpatia.

- Com licença, senhorita - Agora quem se sentou ao meu lado, foi Jasper.

Estou no meio de uma guerra.

- Saia daqui - Axion encarou ele.

- Eu apenas estou esperando o jantar, capitão - Ele segurou minha mão e a beijou levemente - E admirando uma bela dama.

- Não gosto do seu tom - Puxei minha mão de volta para mim, limpando ela.

- Oh, ela tem personalidade.

- Só não gosto de você.

- Que crueldade.

- Já encheu nossa paciência, Jasper - Axion passou o braço pela minha cintura, como se marcasse território - Agora saia.

O capitão do navio vizinho riu anasalado, está fazendo para irritar.

- Ignore ele - Beijei a bochecha do Axion, ele suspirou.

- Vou ignorar.

Acenei com a cabeça, voltamos nossa atenção para a fogueira, muitos místicos estão sentados com a gente, agradeceram por termos ajudado hoje, mas creio que saibam que o rei não vai desistir tão facilmente.

- Vamos ficar seguros por um tempo.

- E quando ele voltar?

- Bom... Teremos que nos defender.

- Ainda não acredito que fez isso.

- Não tinha escolha.

Neguei com a cabeça, ainda sem acreditar, ri baixo por ter duvidado de Axion Kasin.

- O que foi? Eu disse que faria.

- Eu não coloquei tanta fé - Peguei uma das frutas que os místicos trouxeram - Pensei que era um blefe.

- Eu nunca blefo.

- Eu acabei de perceber.

Ele riu junto comigo e prestou atenção na fogueira, foi servido com uma caneca de cerveja, eu apenas comi minha fruta, é doce e suculenta, tem bastante suco, uma delícia.
Observei quieta o céu estrelado e as brasas que sobem junto ao vento, a noite está calma e misteriosa, escuto sons de animais, metade são uivos de lobos, me causam arrepios.

Song of the Seven SeasOnde histórias criam vida. Descubra agora