𝑨𝒍𝒖𝒄𝒊𝒏𝒂𝒅𝒐

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Maximilian

Fazem dias que estou planejando isso, e se tudo não der certo, não tenho ideia do que farei.

- E então, como foi sua noite? - Linett está me encarando enquanto tomamos café da manhã - Vejo que foi perfeita, pela sua carinha de choro.

- Não precisa esfregar na minha cara que a a sua noite foi ótima, consegui ouvir metade da gritaria. Na próxima, podem ser mais silenciosos.

- Jura que escutou? - Jason me olhou.

- O que acha? Os dois são escandalosos!

- Céus, que mal-humor...

- Eu só não tive uma boa noite de sono e amanhã de manhã vai ser o–

- O dia da execução, nós sabemos.

- Que horas irá acontecer?

- Espalharam que será depois do almoço, logo quando o rei estiver pronto.

- Teremos que estar lá cedo.

- Já separaram tudo o que levaremos?

- Sim senhora, capitã!

- Ótimo...Terminem o café e tirem o dia de folga.

- Sério?

- Claro, merecemos um dia de descanso, e talvez mais vinho.

- Eu apoio sua ideia.

- Me encontrem no quarto, tragam as garrafas de vinho.

- Sim senhora!

Axion

Estou com sede, muita sede para ser sincero. O divertimento dos guardas nos últimos dias foi nos deixar sem água e bebê-la na nossa frente, nos desprezam e não se importam de demonstrar da pior forma possível. Eu agora, estando aqui, me recuso a acreditar que já fiz parte de um grupo de pessoas tão baixas, e olha que eu posso falar de baixaria, sou eu quem saqueia os outros aqui.
Suspirei e apenas observei mais uma vez eles rirem enquanto bebem a água, também a despejaram no chão.
Hoje é o meu penúltimo dia de vida, não tenho como aproveitá-lo, apenas desfrutar de algumas memórias e momentos, e também aproveitar a companhia dos meus marujos.

- Não acredito que fizemos tudo aquilo para nada.

- Nasir não morreu. Serviu para algo.

- Mas viemos parar aqui!

- Essa foi a parte não planejada.

- Vamos todos morrer como animais.

Não comentei sobre, é a verdade, somos tratados como verdadeiros animais a meses, ainda lembro de todas as chicotadas que levei quando cheguei aqui, na tentativa de reprimir minha força e me impedir de agredir os guardas. Mesmo depois de meses, minhas costas não cicatrizaram completamente, no calor da cela fica quase impossível me locomover com perfeição, mas isso não é uma coisa que quero que todos vejam, chegaram aqui depois de mim e por mais que sejam homens, são minha tripulação, a maior parte dos castigos estipulados veio para mim como forma de humilhá-los pela incapacidade. Meu castigo é a humilhação, o rei sabe bem disso, sabe o quanto sempre lutei pelos meus títulos seja o melhor deles ou pior, o desgraçado sabe como descontar a raiva.

- Deveríamos ter deixado tudo como estava, capitão.

- Cala a boca.

- Eu acho que ele está certo.

- Em ser um imbecil, você também.

- Se não tivesse cismado com as sereias, não estaríamos aqui.

O puxei pelo colarinho, apertando o pescoço dele.

Song of the Seven SeasOnde histórias criam vida. Descubra agora