Song of the Seven Seas

𝑷𝒓𝒐𝒄𝒖𝒓𝒂𝒅𝒂?

Axion

Maximilian dormiu depois de comer um prato inteiro de comida, não falou mais nada sobre a dor, parece ter melhorado, já que se levantou para vestir uma roupa decente, mesmo que eu tenha importunado ela para continuar com a minha blusa.

- Está melhor? - Estou abraçando ela.

A sereia está quase dormindo, mal mexe a boca para falar, os olhos estão tentando se manter abertos.

- Eu tô... - Me abraçou mais apertado, suspirando.

- Durma bem - Beijei a testa dela.

Não disse mais nada, ela dormiu, tenho certeza disso, senti a respiração dela se acalmar e ficar regulada, os braços se afrouxaram, o corpo ficou menos tenso.
Observei ela enquanto dormia, é minha melhor ocupação de tempo, admira-la
Só de imaginar que teve um tipo de "pesadelo" como aquele, me assusta ela pensar que seria facilmente trocada, ou ser inferiorizada. Me senti ofendido por pensar isso de mim, mas não a culpo, imagino o que possa ter ouvido no tempo que viveu naquela casa.
Levantei com cautela depois de ver que havia dormido pesado, fui para o convés pegar um pouco de ar, a noite está calma e silenciosa, chega a ter um ar misterioso, não me assusta, mas pode assustar novatos.

- Precisa de algo capitão? - Um velho marujo me olhou, sorrindo.

- Não preciso de nada, Jonny.

Jonny é um velho marujo, está aqui desde que comecei a vida de pirata, além de marujo é um bom amigo, sabe conversar.
Ele tem cerca de 56 anos, é meio baixo, o cabelo está ficando grisalho igual a barba, os músculos dele já estão ficando fracos.

- Certeza? A moça parecia estar mal hoje a tarde.

- Ela já está melhor, não precisa se preocupar.

- Não estou preocupado - Riu - Sereias são resistentes, aquela ali nem se fala.

- Está dizendo que a minha é resistente?

- Persistente! Não dá o braço a torcer de jeito nenhum! Só é desatenta demais.

- Eu vou cuidar dessa parte ainda.

- Que bom, vai fazer um grande favor a todos nós!

- Vou?

- Claro que vai, sabe o quanto consegue se machucar em um dia?!

Pior que não sei, não estou com ela o tempo todo.

- Se contar com as vezes que tropeça nas escadas, nas cordas, bate a cabeça nas mesas quando se abaixa, da batidas em nos quando anda, isso quando não estamos em tempestades.

Posso sentir que minha cara é de espanto, essa garota não sabe ser cuidadosa?

- Mas ela nem sempre sente nada. Talvez tenha se acostumado - Eu ri de espanto e balancei a cabeça negativamente.

- Ela é meio lelé, não deve nem saber como se machuca.

- É uma boa moça, capitão.

- Ela é - O encarei - Comeu bem hoje, seu velho?

- Me respeite, seu delinquente.

- Eu respeito, só fiz uma pergunta! Precisa ficar forte pra não atrofiar.

- Eu não vou sequer responder isso.

- Eu estou brincando! - Abracei ele rindo, levei um soco na barriga.

Suspirei resmungando, ele riu de mim.

- Relaxa capitão - Olhou pro mar - Vai se deitar, não tem nenhum perigo por aqui.