Maximilian
A noite passou rápido, logo de manhã, consegui ouvir o barulho do oceano e o navio balançando, também ouvi baterem nas grades.
- Levanta, o capitão quer te ver - Entrou na cela, veio até mim e me agarrou pelo braço.
Me levou para fora, subimos até o convés.
Fechei meus olhos por conta da luz do sol, sinto minha cabeça doer e meus olhos queimarem, agora o calor está insuportável.- Capitão, peço sua licença.
- Saia daqui - Ele virou para mim.
O marujo saiu.
O capitão veio até mim, com as mãos atrás das costas e um chapéu, tampando o rosto dele do sol.- Eu não sou tão mau, não precisa recuar todas as vezes que estou perto.
Concordei com a cabeça, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
Meu corpo se anima ao sentir o cheiro do mar, o calor do sol e o barulho das águas.- Não tenho o dia todo para falar, então vou ser breve - Segurou meus braços - Ou para de tentar fugir, ou vai acabar em Mignon. Eu já estou lhe dando chances demais, estou sendo bonzinho demais. Estamos entendidos?
Acenei que sim com a cabeça, ele me soltou e olhou o mar, prestando atenção no quão movimentado ele está hoje.
- A partir de hoje, não mora mais nas águas - Respirou fundo - Você faz parte do meu bando, é minha subordinada, vai me chamar de capitão e vir sempre que eu chamar - Me encarou, os olhos escuros estão mais sérios que nunca, me causando arrepios - Não volta para a água enquanto eu não achar o que eu quero, vai ter comida todas as manhãs e todas as noites e vestimentas.
Apenas concordei, sentindo um tremor na boca por segurar as lágrimas, pensar em não estar no mar me deixa maluca, nasci para isso, nasci e cresci nas águas.
- Estamos entendidos? - Acenei com a cabeça, estou olhando o mar.
Encarei as águas brilhantes pela luz do sol, pisquei várias vezes vendo o brilho forte dos reflexos, lágrimas escorreram e as limpei rapidamente.
- Ótimo, faça o que quiser, desde que não envolva o mar - Entrou na cabine.
Olhei em volta, vendo o que eu poderia fazer, mas não tem absolutamente nada.
Sai do convés, voltei para onde me prenderam, me sentei no canto da sala, sentindo meu corpo começar a tremer e meu rosto ficar molhado pelas lágrimas.- Não fique desse jeito - Olhei quem falou, assustada - Talvez ele mude de ideia - O braço direito.
Sequei meu rosto, olhando o que ele estava fazendo.
- Olha, precisa comer algo, e isso não é peixe - Colocou o prato dentro da cela - E pode me chamar de Jason.
Fiquei esperando ele sair para poder pegar a bandeja, mas ele não saiu.
- Eu não mordo, e se eu mordesse, acho que sua pele é salgada pro meu paladar - Riu sozinho.
Engatinhei devagar até o prato de comida, me sentei e peguei ele, começando a comer.
Ele não foi embora, ficou me olhando.- Se acostume com o meu rosto, vai me ver todos os dias.
Jason é loiro e jovem, não consigo ver direito, mas sei que seus olhos são claros, o cabelo é um pouco grande, cai sobre os olhos em alguns momentos, ele arruma suspirando.
- Todos esses caras são extremamente idiotas, posso dizer que sou um príncipe no meio de trogloditas.
Ri baixo, olhando ele falar.
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Song of the Seven Seas
RomanceMaximilian Calypse havia sido levada a força por piratas, obrigada a servi-los da forma que quisessem, uma escrava dos humanos. Em meio a uma batalha violenta ela vê uma forma de escapar, uma chance de recuperar sua vida, mas isso teria um pre...