Preciso ser pai (Degustação)

✨Capítulo 33✨

Estava no meu quarto depois de ter tomado café da manhã e minha avó tinha ido para feira, precisava comprar verduras para o vovô. Voltei para o quarto e o celular voltou a tocar, era o Vitor ligando. Como antes não deu para atender porque eu estava conversando com a minha avó, com ela perguntando se eu ia trabalhar hoje e inventei a desculpa que eu ia começar amanhã. Com celular na mão, olhando para ele e aguardando o Vitor voltar a ligar, não demorou e o telefone começou a tocar. Logo olhei para a tela e estava escrito irmão na ligação, em seguida eu atendi e depois coloquei o celular no ouvido. Escutei a voz do Vitor e perguntei se era ele. Ele respondeu que sim e perguntou como eu estava. Falei para ele que eu estava bem e ele queria saber se eu já tinha falado para os meus avós sobre ser a mãe do filho dele.
Fiquei um tempo em silêncio, não sabia se falava para ele que eu não tive coragem de contar para minha avó, mas ele insistiu e acabei falando e também falei que eu não consegui por conta da minha vó ser bem conservadora e provavelmente não ia gostar que eu fizesse isso.
Então ele deu ideia de vir aqui para nós dois falarmos para ela e ela também conhecer ele. Eu fiquei sem ação e acabei aceitando, logo ele se despediu e falou que ia vir, para eu esperar ele aqui na frente de casa e que em 15 minutos ele estaria aqui e depois desligou. 
Depois coloquei o celular sobre a cama e fiquei sem saber o que fazer. Acabei aceitando a ideia dele vir aqui para ele falar com a minha avó. Não sei o que fazer, se falo para ele não vir, mas agora já é tarde, ele vai estar aqui, então o que eu vou fazer é me ajeitar, arrumar tudo aqui e dar uma olhada no meu avô, para ver se não está precisando de algo.
Então levantei da cama saí do meu quarto e quando eu estava indo para a cozinha, estava meu avô sentado tomando café. Ele olhou para mim e me cumprimentou, depois pede para eu fazer companhia a ele, mas falei que eu já tinha tomado café, ele insistiu que pelo menos eu sentasse a mesa para conversarmos.
— Sua avó está tão feliz que você conseguiu um trabalho — comentou o meu vôzinho.
Estava terminando de comer seu biscoito de água e sal com queijo minas. Em seguida, abaixei a cabeça. Fiquei pensando que se eu falar a verdade ela vai ficar tão decepcionada comigo… 
— Que carinha é essa, minha princesa? — perguntou.
Eu levantei a cabeça e olhei para o meu avô. Fechei os olhos e respirei fundo, depois soltalei o ar, criei coragem e falei para ele que a proposta de trabalho que eu recebi era completamente diferente  do minha avó estava imaginando. Ele perguntou como era. Logo virei  o meu rosto para o lado e ele insistiu na pergunta.
E pela insistência, falei que a proposta que eu recebi élera de ficar grávida de um cara. Ele me olhou, estranhando, mas comecei a explicar detalhadamente a situação.
***
Depois de ter explicado para o meu avô sobre a proposta do Vitor, ele ficou em silêncio e comecei a ficar preocupada. Será que ele acha isso uma loucura? E quando eu ia perguntar, ouvi alguém bater na porta. Até pensei que poderia ser a minha avó, mas lembrei que ela tem a chave de casa, então veio na minha mente que poderia ser o Vitor. Sem pensar eu levantei e fui até a porta correndo para atender e nem ouvi o  meu avô me chamar. 
Não consegui me controlar e fiquei admirando. Ele está muito lindo, está de terno azul e com uma gravata vermelha. Quando me viu, abriu um sorriso. Que é encantador e me deixa sem ar. Ele me deu um oi, que me fez sair daquele transe. E em seguida também dei um oi para ele.
Ficamos um tempo se olhando nos olhos até que ele foi o primeiro a perguntar se poderia entrar, em seguida sacudi a cabeça que sim e dei passagem para ele entrar e notei que o meu avô estava vindo para sala e deu de cara com o Vitor e perguntiu quem era ele.
Imediatamente Vitor se apresentou para o meu avô. Esticou o braço para cumprimentá-lo e meu avô fez o mesmo e perguntou para mim se esse moço que tinha  falado antes. Depois o Vitor voltou a olhar para o meu avô e perguntou se tinha algum problema sobre isso.
Meu avô soltou a mão dele e deu um passo para frente encarando e perguntou para ele que doença é essa para ele precisar gerar um filho e que tinha que ser a neta dele, que no caso seria eu. O Vitor olhou para mim e eu encolhi os ombros, ficando sem graça. Ele voltou a olhar para o meu avô, sacudindo a cabeça e explicou que tem leucemia, que é um tipo de câncer e que precisa gerar um filho durante um ano, que foi esse prazo que o médico deu para ele. Caso ele não conseguisse isso, ele teria que fazer a quimioterapia e o Vitor falou que não queria fazer isso, que é muito doloroso, muito sofrimento e o médico deu essa opção e quando me viu, disse que eu era perfeita para isso, mas garantiu para o meu avô que vai me tratar super bem. Ele foi falando que ia morar na casa dele durante a gestação e não vai fazer nenhum mal contra mim. Só vou gerar um filho dele e ainda falou que vou ser muito bem compensada.
Depois que meu avô ouviu isso, se afastou e foi para o sofá e sentou em seguida. Mas continuou olhando para o Vitor e perguntou o que vai acontecer depois que a criança nascer. O Vitor respondeu que o médico vai fazer o procedimento e explicou mais ou menos para ele que vai ser pela medula óssea no umbigo ou alguma coisa da criança e com a mãe que ele não soube explicar direito e depois de fazer esse procedimento, colocar nele.
Estava olhando para ele e ficando curiosa. Depois disso que ele disse, porém meu avô levantou a mão fez um gesto para ele sentar ao lado dele. Vitor virou o seu rosto e olhou para mim e eu sacudi a cabeça e ele foi tentar ao lado do meu avô. Mas ele voltou a perguntar para o Vitor sobre a criança, depois que nascer o que ele ia fazer.
Vitor olhou para mim e depois voltou a olhar para o meu avô e simplesmente disse que não vai fazer nada, que vai não vai ficar com a criança porque não é isso que ele quer. Que vai colocar no orfanato ou algo desse tipo.
Olhei para ele e fiquei em choque com a resposta dele.