✨Capítulo 13✨

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Estava saindo da cozinha

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Estava saindo da cozinha. Acabei de fazer pipoca. Meu avô tinha pedido, que estava com vontade de comer pipoca. Eu sabia se ia fazer ou não. Mas ele me olhou com aqueles olhos castanhos amendoados implorando para fazer pipocas. Vou até o armário do lado direito, abro e procuro um pote para colocá-la. Consigo achar um.  Volto para o fogão que está na panela que fiz as pipocas.  Depois às jogo no pote que tinha pego. Em seguida levo o pote  até a mesa. Sem demora pego um ppuco de sal coloco nas pipocas. Dou aquela chacolhada para pegar o tempero. Pronto. Pego o pote levo até a sala. Assim que chego no sofá, vou para o seu lado com o pote. Ofereço para ele que  encha a mão para pegar as pipocas.  Em seguida coloca na boca, mastigando. Mas depois noto que fez uma cara feia. Não aguento e dou uma risada. Acho que notou que está com pouco sal.
— Isso está horrível! Você esqueceu de colocar sal. — reclama, olhando para mim.
— O senhor não pode abusar do sal. Olha a sua pressão. — ergo a mão com o dedo, lembrando da sua saúde. Faz um mês que ele foi ao posto e descobrimos que ele é hipertenso e também é diabético. Então nada de doce. Tadinho. Está sofrendo com a dieta que a nutricionista passou pra ele, mas se ele vacilar já era. Não posso esquecer dos remédios que são caros e na farmácia do posto nunca tem. Eu trabalhando ajudava minha avó para comprar os remédios e também com as coisas dentro de casa. Mas… Agora que fui demitida…  Como vai ser agora? Sophia não pensa nisso agora. Depois dou um jeito! Olho para o lado e noto que ele pegou mais pipoca, mais uma vez fez uma careta. Volto a sorrir. Com isso até esqueço dos problemas. Volto olhar para televisão para assistir a novela que está terminando, a Maria Eduarda ia tirar satisfação com o dono da empresa que ela trabalha. Não demora para eles discutirem e depois rolar um beijão. Sinto o cotovelo do meu avô no meu braço. Viro o meu rosto para ele.
— Que foi avô? — pergunto.
— Está tudo bem? — ele inquiriu. Franzi a testa e depois volto olhar pra ele.
— Por quê? — indago.
— Sei que você está distante. Mas o que aconteceu pra você assim? — ia falar mas ele ergue a mão não deixando eu falar. — Nem vem dizer que está tudo bem, pois sei que não está.
— Avó…  Só estou preocupada com sua saúde e ainda tem…  — não termino a frase. Desvio o olhar. E começo a pensar no dia de hoje. Do senhor Joaquim me mandando embora e falando aquelas coisas horrorosas de mim e do meu corpo…  Olho para cima para não deixar as lágrimas caírem. Não quero chorar na frente do meu avô.
— Sophia! — exclama minha avó que acabou de chegar, com algumas sacolas de mercado. E também está suada. Imediatamente, me levanto e vou até ela, ajudando com as sacolas. — O que está fazendo aqui? Não devia está no trabalho? — pergunta.
— Hoje foi fraco e o senhor Joaquim me liberou mais cedo. — menti. Não tive coragem para falar a verdade. Não agora e não hoje. Fomos até a cozinha com as sacolas, depois colocamos sobre a mesa. Ajudo a guardar as coisas na geladeira. Ela comprou cenoura, beterraba, abobrinha, abóbora. Também comprou frango, carne moída, extrato de tomate, leite desnatado, laranjas. Depois de guardar as coisas volto para sala e fazer companhia para o meu avó. Ficamos assistindo a novela e depois assistimos também o filme da sessão da tarde.

***

Já era de noite. Meu avô apagou  assim que o filme começou. Minha avó e eu levamos ele pra cama. E vim aqui na cozinha para ajudar a minha avó preparar o jantar. Estava fazendo frango com cenoura e quiabo. Ela estava preparando o prato do meu avô. Uma sopa de ervilha para ele. Minha  avó foi para o quarto levando o prato de sopa para ele. Estava olhando e acho lindo o modo dela cuidar dele. Um amor assim também queria. Mas olho para o meu corpo…  Sou alta e gorda, e também negra. Qual cara vai querer alguma coisa comigo, se não consigo nem atrair eles. O próprio Tomás, sou completamente apaixonada por ele, mas ele me ver como amiga, nada mais que isso.  Me viro, estava sentindo um cheiro de queimado. Meu Deus!!! A comida! Apago o fogo! Que droga! Eu perdida nos meus pensamentos e deixo a comida. Abro a panela para dar uma olhada para ver se tá muito feio. Queimou um pouco. Acho que dar pra comer. Me viro e vou até a mesa, puxo a cadeira para me sentar. Coloco meus braços sobre a mesa e coloco minha cabeça entre as mãos. Volto a pensar no que vou fazer? Como vou conseguir trabalho e sem contar que amanhã acaba o remédio de diabetes do meu avô. Onde vou arrumar o dinheiro, esse que recebi não sei se vai dar. Droga! ONDE VOU ARRUMAR DINHEIRO?
— Que dinheiro? — ergo a cabeça para olhar. Vejo a minha avó vindo com um prato de sopa. Se aproxima e leva até a pia.  Continuo calada. Que merda! Será que ela me ouviu? — Vamos Sophia! Que dinheiro é esse que você está falando? — Ela está do meu lado me olhando. Está esperando a resposta. Engulo a seco e olho para o lado. E sinto suas mais macias alisando no meu rosto. Fecho os olhos e não aguento, deixando as lágrimas caírem. — Minha querida, o que houve? — leva a mão para o meu queixo, fazendo eu olhar pra ela.
— Eu não posso… — sussurro. Me levanto e me afasto ficando de costas para ela.
— Me fala, minha  querida, você está sofrendo…  — se aproximou e colocou suas mãos nos meus ombros. Me viro, seco as lágrimas.
— Eu não sei qual vai ser sua reação? Acho…  — minha voz saiu falhada. — Vai ficar decepcionada comigo…  — fecho os olhos as lágrimas voltam a cair. Em seguida levo minhas mãos no rosto, estava me sentindo envergonhada. Ela me puxa me abraçando. E alisa o meu cabelo. Continuo chorando nos teus braços.

Preciso ser pai (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora