Tempo I

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Olha, voltei, com uma pequena demora. Mas calma, esse capítulo saiu tão, mais tão grande, que resolvi dividir em duas partes. Espero que gostem, e pelo algumas coisas boas vem por aí...

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Seu corpo estava pesado, seus olhos não queriam abrir. Ele tentava se mexer, tentava mover qualquer parte do seu corpo, mas ele não conseguia. Ele estava paralisado. Ele sentia os movimentos, o seu sentido sentindo levemente a presença de alguém ali. Ele conhecia o seu cheiro, conhecia seu calor, mas ele não conseguia chamá-lo, tão pouco como ele poderia ao menos pedi-lo para ficar?

Aos poucos, a presença estava cada vez mais distante, longe. Ele queria murmurar algo, queria ter forças para abrir a própria boca, mesmo que a dormência não o deixasse de mão. Todavia, a sensação de desespero, a angústia, o preenchia rapidamente, e em pouco tempo, sua garganta doía querendo gritar. Ele sentia o frio lhe preenchendo, o frio seco, o frio do medo, infectando aos poucos as suas veias, a sua pele, a sua cerne. Mas aos poucos, uma pequena claridade ele começou a enxergar, e portanto, correndo atrás dela, ele conseguiu acordar.

Kim abriu os olhos, seu coração batendo aceleradamente, o susto da sensação que ele estava sentindo antes, tão estranha era ela, o deixou precavido, sua consciência aos poucos se acostumando que tudo não passara de coisas da sua própria mente. Ele encarava o quarto onde ele se encontrava, percebendo logo que era o quarto do seu irmão mais velho. 

Seus olhos estavam pesados, sua cabeça doía um pouco, mas as lembranças do que havia acontecido eram tão frescas quanto. Ele de repente olhou ao redor, procurando por Porchay. A ansiedade novamente apareceu, sua agitação começando aos poucos, lhe provocando o desespero em suas mãos. 

Ele estava sozinho.

Porchay não estava lá.

Juntando forças onde ele nem sabia que existia, mesmo que ele tivesse que se humilhar, implorar, ele o faria. Ele queria ir atrás de Porchay, queria vê-lo, queria sentí-lo. Kim estava tirando os lençóis de cima de si, quando o barulho da porta sendo aberta lhe chamou a atenção. 

Ele olhou para aquela direção, e encarou o seu garoto aparecendo logo em seguida, suas mãos ocupadas com uma pequena bandeja de madeira. Todavia, Porchay parecia que queria evitá-lo, mesmo estando ali. Porchay mantinha sua cabeça baixa, seus passos pequenos e devagar, como se não quisesse chegar perto dele. Seu coração se apertou ao perceber isso. Seu garoto queria evitá-lo. O mesmo que sempre gostava da sua presença, que sempre gostava de se jogar nos seus braços. Porém, assim que Porchay levantou levemente os olhos, ele percebeu que finalmente seu namorado havia acordado, seus passos devagar deixando rapidamente de existir. Ele fôra rápido para perto do outro, sentando na cama perto de Kim, colocando a bandeja ao lado dos dois. 

Porchay estava preocupado, mas ao notar que Kim estava bem, que Kim estava normal, ele suspirou de alívio, deixando que finalmente seu corpo cedesse ao cansaço. Ele relaxou sua postura retraída e tensa, notando os olhos pesados do outro em si, como se quisesse falar algo. Não, Porchay não havia esquecido o que havia acontecido. Ele não havia esquecido o quanto estava magoado e machucado, todavia, ele se importava tanto com Kim, que mesmo sua raiva em todas essas horas, ficara calada, deixando o lugar em seu coração sendo totalmente preenchido pela preocupação em saber como ficaria o estado do seu namorado. Mesmo com Kinn ou com Khun lhe dizendo que Kim ficaria bem, que depois de dopá-lo ele acordaria estável, Porchay ainda permaneceu ali, preocupado, seu coração tão inquieto e tão apertado. Ele havia ficado todo esse tempo ao lado de Kim, às vezes se assustando com o outro querendo se mover, mas parecia que ele não conseguia, ou quando Kim parecia querer gritar, mas não tinha forças para tal ato. Ele nunca vira o outro dessa forma, e mesmo querendo saber sobre tudo o que Kim havia lhe falado, ele ainda ficou confuso em realmente querer saber pelos os outros. Porchay não sabia ao menos o que pensar sobre essa situação. Foram tantas informações, tantas reviravoltas de seus sentimentos em um período tão curto de tempo, que ele realmente não sabia o que fazer sobre tudo isso. 

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