Desculpas

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Olha aqui, apareci finalmente. Sorry pela demora, eu sei eu sei. Mas está aí mais um capítulo grandinho e novinho para vocês. Bjs 🥥🪐🤏💜

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Macau subia as escadas devagar, aquele caminho sendo conhecido tão bem por ele. Ele estava receoso, a sensação de não ser bem recebido, o peso da culpa o sufocando, o consumindo. Fazia tantos dias que ele não pisava na casa dos primos, com medo, com vergonha, com culpa, que Macau tinha medo de não ser recebido, de ser tratado como traidor, vendo as pessoas que ele amava distantes de si. Ademais, ele não aguentava o próprio melhor amigo fazendo isso consigo. Ele tinha vergonha de aparecer em frente a eles, principalmente em frente a Kim, de encarar aqueles olhos profundos e encontra somente mágoas, tristeza e dor, mas também a chama ardente do ódio nele. Macau se sentia culpado por ter sido ele quem deu as portas para todas aquelas tragédias acontecerem. Ele contou a Big, escolhendo pensar com sentimentos em vez de se lembrar da confiança que todos tinham nele, do grande segredo que ele tinha em mãos, que muitos prezaram tão bem por tanto tempo para esconder. E mesmo que seu irmão, que Pete e até mesmo Kinn tenham lhe dito que estava tudo bem, que as coisas iriam uma hora ou outra se resolver, ele não pôde deixar de sentir tanto esses sentimentos, e de ter causado tantos  infortúnios para aqueles que ele tanto amava.

Quando Macau descobriu o que havia acontecido, ele não teve reação alguma. Primeiro, ele não podia acreditar que Big realmente havia contado o que ele dissera para mais alguém. Segundo, ele não queria aceitar que naquela altura, ele provavelmente havia perdido o melhor amigo, havia causado um conflito tão grande entre aqueles dois. Naquele mesmo dia, ele havia mandado mensagens para Porchay, seu amigo o respondendo tão radiante e alegre como sempre, então como ele poderia aceitar que em algumas horas, Porchay provavelmente o odiaria? Ademais, tudo piorou quanto mais ele pensava, em como seu primo tão feliz estava, agora estava acabado, por sua causa. Ele pensava no amigo, em como as paranoias, em como descobrir algo assim havia lhe machucado pra caralho, em como deve estar sendo difícil desde então para ele e para Kim. Macau negou acreditar, mas foi somente na manhã seguinte quando ele tentou falar com Porchay, que ele fôra ignorado, que ele fôra afastado, que Macau percebeu na mesma hora que tudo era a mais dura realidade daquilo que ele tentou desacreditar.

Macau passava os dias observando Porchay de longe. Ele ficava cada vez mais preocupado, cada vez que seu melhor amigo chegava tão acabado e cansado, em como sua presença sempre desaparecia no intervalo, mas Macau sabia onde ele sempre ficava. Porchay se trancava na sala de música, e ficava lá até mesmo em algumas aulas. E Macau, não deixando o outro saber, sempre o seguia, o esperando do lado de fora, como se sua presença, mesmo distante, pudesse ajudar o amigo de alguma forma. Doía em seu peito o silêncio dentro daquela sala, mas doía mais ainda quando ele escutava o choro abafado de Porchay. Era tudo sua culpa, ele sempre pensava, e toda vez que seus olhos fechavam, ele conseguia imaginar o inferno na vida daqueles dois. Pelo menos ele poderia observar todo dia o seu amigo, mas seu primo, não. Mas Macau sabia que a situação de Kim não era melhor que a de Porchay. E quanto a Big, desde de muito antes de toda aquela confusão, ele havia parado de encontrá-lo. Macau, naquele dia que havia contado para sua paixão sobre o relacionamento daqueles dois, pelo que havia ocorrido, aquela conversa, ele se afastara do outro, chateado. 

Macau havia se sentido mal com aquelas palavras duras de Big. Ele se sentia mal pela forma que o outro se expressou ao saber que eles escondiam algo dele e do irmão, todavia, ao perceber que sequer Big notara o quanto aquelas palavras o havia machucado, Macau havia ficado chateado com o outro desde então. E Big parecia não se importar. Isso machucava ainda mais Macau. Ele não queria amá-lo, ele não queria que tivesse sido Big, mas ele estava exausto demais para lutar, e pelo menos, vendo o lado bom, ele pensava que tudo bem se sentir exausto no amor, a cercar, quanto mais exausto ele ficava, mas desgosto ele sentia para continuar. Só levaria questão de tempo até seu coração desistir disso tudo. E mesmo depois ele podendo ficar com o coração machucado mais do que já estava, era melhor do que se apaixonar novamente por alguém assim.

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