Após cerca de 3 anos da derrota do Breu, os guardiões se encontram em perfeita harmonia. Mas nem tudo são flores e um novo problema surgi, fazendo com que um espírito outonal se transforme no novo guardião.
Seu cerne? O amadurecimento.
*AVISO* = EST...
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(Imagem retirada do Pinterest sobre a obra de Helge Kjellin, "Tuvstarr")
Rory treinava com Coelhão há cerca de 2 semanas. O guardião da esperança passava tarefas que incluíam tanto cuidar dos ovos como se fossem crianças quanto o uso das habilidades da outonal para o bem dos pequenos. Ela tinha que admitir, usar os seus dons de outra forma, além de trazer o outono, era gratificante. Rory tinha medo somente quando em algum momento o seu outro dom viesse a tona, o de controlar o fogo.
Era nesses momentos que Rory divagava sobre o real motivo de DaLua tê-la nomeado guardiã. Até onde se lembrava ela nunca tinha salvado uma criança, ou zelado pela segurança delas de uma forma que a faria ser vista como uma heroína. E até onde se lembrava, quando queimou o vilarejo também tinha crianças. Era pra Rory ser uma vilã aos olhos de todos, mas mesmo assim lá estava ela, treinando novamente para ajudar os pequeninos do mundo.
- Não tão forte, outonal! Quer arrancar a cabeça da criança?!
Exclamava Coelhão para Rory.
O treinamento da vez era usar os redemoinhos de vento para transportar as crianças de um lado para o outro, ou simplesmente evitar uma queda muito feia.
A "criança" usada era um ovo recém pintado em tons de roxo, as perninhas da criatura se debatiam violentamente em busca de terra firme, dificultando para Rory no processo de estabilizar um redemoinho que não fosse muito forte. O dom do vento dependia do humor da conjuradora e ela já estava começando a ficar irritada. Estavam ali a quase 3 horas e nada de nenhum progresso aparecer, aquilo era frustante para Rory.
Quando Coelhão disse que ela teria que cuidar dos ovos como se fossem "crianças", Rory quis xinga-lo de todos os nomes possíveis. Mas preferiu respirar fundo e acatar com as ordens grosseiras do Pucka. Logo ela percebeu que de fato os ovos do Coelho da Páscoa agiam como crianças travessas e inconsequentes, testando o humor de Rory a cada 5 minutos ou menos. As 2 semanas, quase 3, de treinamento além de gratificantes também foram as mais estressantes para o espírito outonal.
- Se ele ficasse quieto.
Ralhou Rory entre dentes, quase fechando as mãos abertas em direção do redemoinho em punhos.
Coelhão deu uma risada sarcástica para a cacheada, achando hilário a cena em sua frente. Porém, o pensamento de ainda está supervisionando um treino chegou e rapidamente ele retornou a sua carranca de sempre, cruzando os braços e aumentando o tom de voz.
- Ele só está fazendo o que uma criança faria. AGORA MAIS DEVAGAR!!!
Gritou Coelhoberto roucamente, trazendo uma onda de estresse para Rory, que acabou transformando o redemoinho de tamanho médio para um furacão que ia aumentando de tamanho gradativamente. O ovo roxo já não era mais tão visível, somente um borrão no meio cinza-amarronzado que era o furacão de Rory. Coelhão acabou se espantando com a repentina mudança, assim como alguns seres mágicos da Toca que foram ver o treinamento da nova guardiã. Todos se afastaram com medo, enquanto o guardião da esperança tentava encontrar formas de chegar perto de Rory, esta parecia focada demais para perceber o que estava fazendo ao seu redor.
