16 - Conversa

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A presença inesperada de Coelhão deixou Rory desestabilizada ao extremo, seu único raciocínio na hora foi ir embora e se trancar no seu quarto até ter certeza de que o guardião da esperança tinha ido embora, mas o seu corpo não mexia um músculo

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A presença inesperada de Coelhão deixou Rory desestabilizada ao extremo, seu único raciocínio na hora foi ir embora e se trancar no seu quarto até ter certeza de que o guardião da esperança tinha ido embora, mas o seu corpo não mexia um músculo. Como um cervo assustado no meio da estrada, encarando os faróis do carro em alta velocidade vindo ao seu encontro e Coelhoberto era o carro desgovernado, pronto para passar por cima do pobre cervo paralisado.

- Oi.

A voz rouca do Pucka arrepiou até o último fio de cabelo no corpo de Rory, que não disse absolutamente nada. O que poderia dizer? Ela somente o cumprimenta com um aceno de cabeça seguido de um coçar na garganta. Palavras que estavam sufocadas em sua boca, lutando para sair, mas nem mesmo Rory sabia ao certo que palavras eram aquelas, ela somente as sentia. Igual a um gosto amargo que sobe pelo esôfago num momento de ânsia de vômito. Sandman e Breu olharam preocupados para Rory, o Bicho-Papão deu passos para frente, sentindo o olhar ameaçador de Coelhão em suas costas assim que começou a fazer uma rota em direção da guardiã sem cerne.

- Quer ir para algum lugar?

A voz fria de Breu foi como um balde de água gelada no mecanismo esquentado do corpo de Rory, que sem saber ao certo como reagir, somente começou a dar passos para longe, sendo seguida de perto pelo Bicho-Papão.

Coelhão se encontrou em misto de emoções variadas, prevalecendo o sentimento negativo de que Rory estava claramente incomodada com sua presença, preferindo ficar a sós com o seu antigo arqui-inimigo do que com ele, o seu predestinado do qual ela nem sabia que existia. O Pucka teve que controlar uma grande vontade de puxar Breu pelos cabelos e mantê-lo longe de sua outonal, suas mãos pinicavam, praticamente imploravam para que ele fizesse isso, assim como os seus pés formigavam para dar passos excitantes em direção do espírito outonal. Mas o seu subconsciente o alertou com memórias passadas, o lembrando de diversas burradas que fez em relação a cacheada, principalmente a última mais recente de 1 mês atrás. De fato, era melhor respeitar o espaço de Rory no momento. Suspirando derrotado, Coelhoberto observou Breu e Rory saírem do recinto, enquanto tinha que lidar com os olhares curiosos de Norte e Sandman. A conversa com os outros guardiões seria longa, já que não era do seu feitio sumir por tanto tempo e sem explicações.

O espírito outonal e o criador de pesadelos deixaram Norte, Sandman e Coelhão sozinhos, os 3 agora tendo somente a companhia extra do globo. Caminhando para qualquer lugar, Breu sentia Rory tensa ao seu lado, com uma onda de medo se apossando de seu corpo rapidamente, coisa que o preocupou e o fez puxa-la para outra direção. Em vez de levá-la até o quarto que dividia com Jack, Breu levou Rory para dentro da fábrica de brinquedos, sabendo que a sua rainha vermelha ficaria distraída com o trabalho dos Yetis. Qualquer coisa, por mais inútil que Breu achasse, serviria para distrair Rory. O criador de pesadelos puxava delicadamente o braço da jovem mulher em direção ao local onde barulhos de construção e vozes exaltadas eram ouvidos ao longe, Yetis brigando, discutindo, conversando ou reclamando em sua língua natal, ao mesmo tempo que os duendes tentavam se mostrar úteis queimando ou desmontando peças sem querer.

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