21 - A Estação do Outono

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"Eu sou o outono,
você é a primavera.
Um sem o frio do inverno,
o outro sem o calor do verão.
Juntos a vida em flor e fruto,
serenos equinócios,
equilibrando as diferenças.
No nascer ao pôr do sol,
desvendando um amor puro,
que não quer perder um dia do mundo."

- Outono, primavera

Se apaixonar muitas vezes não está nos planos de ninguém, muito menos nos planos de Coelhão e Rory. A ideia de paixão parece linda na infância, mas ela começa a se dissipar quando vamos crescendo. Desilusões, traumas, gatilhos e medo de se ferir são muitas das razões pelos quais ninguém quer viver uma paixão.

Mas e quando é amor? Paixões são muitas coisas, podendo ser platônicas ou não, mas superadas, quando tem o jeito certo. O amor é muito mais difícil e complexo, é quando aceitamos a realidade do que aquela pessoa nos propõe, é quanto a ansiedade da paixonite nos faz ficar menos "cegos" e daí que vem as provas de resistência para saber se realmente amamos aquela pessoa. Vemos isso em muitas histórias de literatura e filosofia, o período do romantismo foi o período histórico da paixão do homem, seguido da prova de amor proporcionada pelo período realista, iniciado graças a grandes obras menos "cegas" como "Madame Bovary".

Com Coelhão e Rory não seria diferente, mesmo tendo ficado de mãos dadas em frente aos seus amigos, os outros guardiões obviamente iriam aceitar a junção do casal, mas enquanto aos outros espíritos? Um espírito do outono junto de um espírito da primavera? O grande tabu do momento iria mostrar as caras no final do outono em outro baile, planejado novamente por Norte, o grande homem preferiu juntar o início do inverno com o final do outono em um único baile, onde também queria a presença de Breu. Todos os guardiões, exceto Norte, já previam o caos que seria, mas já era tarde demais quando forem relutar, pois o Papai Noel já tinha mandado os convites para todos os espíritos que conhecia.

Bufando com a lembrança de Norte em relação ao novo baile, Rory andava pela Floresta Não-Verde em companhia de Coelhão e Breu. Estava com sua costumeira calça boca de sino, seu chapéu de bruxa, sua capa de borboletas e sua blusa meio dourada. Suas botinas marrons esmagavam os galhos caídos no chão, cada árvore recebendo um pouco de seu poder para envelhecer conforme pedia o outono, ela tinha atrasado 4 dias de suas funções, quase deixando suas terras para que outro espírito pudesse revindica-las, mas assim que tinha saído da Toca para a Oficina do Papai Noel, logo pegou suas coisas e voou em disparada para a floresta. Primeiro foi recebida pelos seus esquilos, logo pelos seus lobos e os ursos, todos dizendo o quanto protegerem suas casas de outros espíritos que tentarem invadir. Como é uma regra universal espíritos não machucarem os animais, os invasores não tiverem outra escolha a não ser irem embora. Rory sentiu uma imensa culpa por não poder ter estado lá, mesmo suas terras não sendo conhecidas, todos que passavam por perto queriam tomar elas de si. Tanto por ser um espírito aparentemente jovem quanto por demonstrar não ser alguém muito sociável. Porém, parecia que o anúncio dela ser uma guardiã havia colocado um alvo em seu lar e por isso ela não iria sair de lá tão cedo.

Como um ser sem nenhuma morada fixa, Breu decidiu partir junto de Rory para a Floresta Não-Verde, cobrindo sua retaguarda em casos de ataques surpresas. Mas Coelhão não confiava nem um pouco no Bicho Papão, decidindo também ficar perto de Rory por longos períodos do seu dia, pois o caso dele era completamente diferente do de Rory. Sua Toca era acessada somente por ele e pelos portais de Norte, então sua casa estava completamente segura, diferente da situação de sua outonal, onde era uma imensa floresta em que poderia facilmente haver invasores. Era nesses momentos que o espírito outonal agradecia a DaLua por tê-la feito conversar com os animais, pois assim teria olhos e ouvidos por todas as partes de seu grandioso lar.

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⏰ Última atualização: Oct 11 ⏰

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