Após cerca de 3 anos da derrota do Breu, os guardiões se encontram em perfeita harmonia. Mas nem tudo são flores e um novo problema surgi, fazendo com que um espírito outonal se transforme no novo guardião.
Seu cerne? O amadurecimento.
*AVISO* = EST...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
A saída de Sandman deixou Coelhão completamente sozinho nos dias que se seguiram, durante 3 dias que ele teve uma rotina monótona. Treinos pela manhã, arrumação da casa pelo início da tarde e a pintura dos ovos de páscoa pelo restante do dia, até que a noite chegasse e ele voltasse para sua moradia escura. Durante toda a sua vida sua rotina foi assim, até que a presença de algumas semanas de outra pessoa o fez ficar mal acostumado. Ele não voltaria para a sua casa iluminada, não treinaria com outra pessoa dando dicas que adquiriu por experiência ao longo dos anos, não leria novamente com a mesma avidez de antes só para achar o livro que mais conte-se informações importantes e, o mais importante, não voltaria a fazer biscoitos ou qualquer outra "besteira da culinária". Coelhão estava sozinho.
Após 3 dias tentando voltar a sua rotina de quase 2 meses atrás, Coelhão finalmente admitiu que não teria sucesso em sua tarefa. Então mudou de estratégia. De manhã ele iria treinar com os seus ovos de pedra, pela tarde iria pedir ajuda dos ovos para arrumar a casa e chamaria as borboletas para pintar junto de si pelo restante do dia. Nos primeiros 5 dias suas ideias deram certo, os habitantes da Toca faziam tudo com harmonia e Coelhão sentia que não estava mais tão sozinho quanto antes. Até que tudo novamente deu errado.
Pov. Coelhoberto/Coelhão
Acordei de péssimo humor, como sempre. Esses dias que se seguiram sem a presença da Outonal insuportável foram incrivelmente exaustivos. Como se eu tivesse rodado o mundo por cerca de 1 ano inteiro sem pausa para descanso. Me sentia acabado e completamente destruído, mas o pior não era essa sensação de cansaço e sim outra coisa, algo que eu não conseguia identificar. Era como se fosse um pedaço de um membro faltando e toda vez que eu parava para pensar sobre, vinha a imagem daquela traidora em minha mente e logo uma raiva me subia.
Como ela pôde se aliar com o Breu? Trair os guardiões dessa forma? Trair a mim? Se eles eram amigos, então ela também o ajudou com o problema de 3 anos atrás? Ela estava no lado dele? Como pude ser tão ingênuo ao aceitar um espírito outonal em minha casa? Todos eles não prestam, não?
Eram tantas perguntas feitas nessas horas de ira que me deixavam com dor de cabeça. A frustração era gritante.
Balancei a cabeça espantando as sensações ruins e me levantei da minha cama. Meu quarto era parecido com o da criatura que esteve aqui, com a diferença de ser em um estilo primaveril e a cama era redonda, colocada em um buraco no chão como uma piscina rasa em tons verdes. Caminhei até o banheiro onde tomei um banho e escovei os dentes. Esse foi o local onde ficou ainda mais difícil para tirar o cheiro de maçãs de Rory, era como se toda vez que eu entrasse fosse encontrá-la atrás das cortinas do chuveiro, tomando banho enquanto cantarolava alguma canção que eu sempre tive curiosidade de saber a letra. Mas envolvia algo como "toque vermelho", ou era "brisa"?
Novamente balancei a cabeça e cuspi a pasta de dentes com força na pia. Rory, Rory, Rory... Por que não consigo tirar aquela desgraçada da cabeça? Será que ela me lançou algum feitiço? Ela se veste como uma bruxa, talvez realmente fosse uma? Era uma maldição ou coisa assim?
