07. SENTIMENTO FAMILIAR

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Aster

— O que eu já disse sobre... — Um homem barbudo de cabelo médio falou, mas parou assim que notou minha presença.

— Não estou infectada. — Corri para explicar, antes que aquele cara atirasse em mim. — Vocês conhecem Bill e Frank?

O homem franziu o espaço entre as sobrancelhas e direcionou sua espingarda na minha direção.

Merda...

— O que você quer com o Bill? — Perguntou desconfiado.

Eden riu.

— Cara, você acabou de falar em terceira pessoa? — Ela balançou a cabeça, incrédula. — Quando eu penso que você não pode ser mais esquisito...

— E você acabou de me entregar. Muito obrigada. — Ele rebateu zangado e voltou sua atenção para mim. — O que você quer? Como sabe nosso nome e onde a gente mora? Quem te mandou? — Me encheu de perguntas sem pensar duas vezes.

— Meu Deus... — Eden falou em tom de desaprovação e baixou seu arco. — Desse jeito a garota até vai querer voltar para os infectados.

— Vim com Joel e Tess, mas suas armadilhas acabaram nos separando. — Expliquei.

Bill arregalou os olhos.

— Joel e Tess estão aqui? Onde? Vamos, rápido.

O homem saiu andando na frente antes que eu pudesse responder. Ele sempre falava e agia de forma afobada.

Passei as informações pelo caminho e não demorou muito para encontrá-los.

— Ei. — Bill gritou.

Joel, Tess e Ellie se viraram em nossa direção.

— Graças a Deus. — Tess disse, aliviada por me ver inteira de novo.

— Graças a mim. — Eden comentou ao meu lado.

Ela, de fato, merecia certo crédito. Se eu tivesse sido encontrada por Bill primeiro, não estaria aqui.

Ellie veio até mim depressa e verificou se havia algo errado comigo. Ela primeiro segurou meu rosto, depois meus ombros, e teria continuado assim se eu não tivesse tirado suas mãos. Eu ainda estava com raiva.

Todos os presentes notaram a estranha atmosfera entre nós.

— Para qual lado? — Perguntei ao Bill a direção da casa dele.

— Em frente. — Apontou. — Mas tenha cuidado, senão você pode ser explodid-

— Tomara. — Eu o interrompi e saí andando.

— Irmão, eu nem te conheço direito, mas sei que tu tá fodida. — Eu ouvi Eden dizer para Ellie.

Caminhamos mais um pouco e finalmente chegamos ao nosso destino. Outro homem, que eu pensava ser o Frank, apareceu na porta e veio correndo abraçar a Tess. A mulher avisou que não era uma boa ideia porque ela estava gripada, mas o homem pareceu não dar ouvidos e a envolveu em um abraço apertado.

— Senti tanto a sua falta.

— Eu também... — Ela fechou os olhos. — Eu também.

...

Estávamos todos sentados à mesa para jantar.

— Deixe-me apresentá-la melhor. — Frank iniciou outra conversa com Joel e Tess. — Essa é a Eden. Ela está conosco há alguns meses.

— Tempo suficiente para deixar qualquer um maluco. — A garota comentou e tomou um gole da bebida que não era dela.

Bill tirou o copo de sua mão e a repreendeu com o olhar, mas ela se fez de desentendida. Eu me segurei para não rir. Eden tinha um jeito despojado e seu vocabulário era parecido com o de Ellie. Elas poderiam se dar muito bem. Ou muito mal.

NO CURE, Ellie WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora