16. ENCONTRO

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Aster

— O que está achando? — Joel pergunta sobre meus dois primeiros dias na comunidade.

— Legal.

Ele desconfia.

— Não senti muita certeza nessa resposta.

Droga, preciso aprender a me expressar melhor.

Embora não pareça, estou gostando muito. Acho que só não sei como lidar com isso ainda. Talvez eu esteja com medo dos bons sentimentos que estou sentindo, já que só estava acostumada com os piores deles.

— Eu juro! — Me exalto um pouquinho.

Isso arranca uma risadinha sua.

— Tudo bem se não estiver gostando também, criança. Pega leve com você, as coisas levam tempo.

Mas quanto tempo?

Suas palavras são reconfortantes, mas infelizmente eu sou ansiosa.

Ele se move para pegar o café e eu o ajudo, preocupada. Joel é teimoso e não está respeitando o repouso como deveria. Toda vez que o lembramos disso, ele responde dizendo que se aquele ataque não foi capaz de matá-lo, não serão alguns passos que vão.

A pedido dele, vim passar a manhã em sua companhia hoje.

O desenvolvimento da nossa relação é uma coisa engraçada, porque na primeira oportunidade que ele teve, ele apontou uma arma para mim, então atravessamos o país juntos, e no final ele sacou uma arma por mim.

O conhecendo melhor ao longo daqueles meses, só pude sentir respeito e admiração.

— O que foi? — Ele pergunta divertido ao notar que estou o encarando.

Balanço a cabeça.

— Não é nada, é só que... — Suspiro. — Obrigada por tudo, Joel.

Fico feliz por tê-lo conhecido. Sempre serei grata.

Ele salvou o mundo para mim ao ter salvado Ellie.

...

Vou me encontrar com Riley agora. Estou tentando compartilhar meu tempo com todos da melhor maneira possível.

Enquanto observo as pessoas andando na rua, penso em como é desafiador estar em público. Nos Corvos, fui treinada para reagir aos mínimos ruídos, toques e proximidade. Então, qualquer gesto que façam perto de mim, minha cabeça pensa que é um ataque. Tenho que me lembrar constantemente de não reagir, de que estou segura, mas nem sempre dá certo.

Como agora.

— Você.

Sinto uma mão tocar meu ombro e me viro rapidamente, agarrando o pulso da pessoa.

— Ai. — Lottie resmunga de dor. — Qual é o seu problema?

Qual é o seu problema?

— Desculp–

Tento me desculpar, mas ela interrompe. Já estou me sentindo mal por tê-la atacado sem querer e ela piora tudo quando, com muita raiva, dispara:

— Parece que só eu consigo ver o perigo que você é, não é possível... — Ela se afasta com desgosto e eu me sinto horrível. — O que foi? Você sabe que seu lugar não é aqu–

Dessa vez, é ela quem é interrompida. Mas não por mim, e sim por Cat, que espirra água nela com a arminha de brinquedo de uma criança que passa por ali.

NO CURE, Ellie WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora