19. DE JOELHOS

5.5K 307 753
                                    

Aviso

Esse capítulo contém conteúdo sexual.
Para quem não curte ou não se sente confortável lendo, eu vejo vocês no próximo.
Para quem fica, boa leitura!



Aster

— Coloca uma roupa, não quero que fique doente. — Ellie diz enquanto sai do banho vestindo um roupão idêntico ao meu.

Com o corpo debruçado na janela, eu aprecio a vista da fazenda lá fora. Embora o tempo tenha fechado sorrateiramente, trazendo consigo mais uma de suas chuvas torrenciais, tudo ainda está lindo. Acho que nada poderia tirar a beleza deste lugar. Até mesmo a leve garoa que nos molhou há poucos minutos parecia apropriada. Tudo por aqui parece ter permissão para acontecer e isso, de certa forma, me aproxima do que eu imagino que deva ser a paz.

Respiro fundo, notando como o ar é fresco em meio ao cheiro de terra molhada. Algo tão banal para quem sempre teve acesso ao mundo, mas surpreendente para quem dele foi privado.

Admirando a paisagem, esqueci por um momento que Ellie estava no quarto, então me viro para prestar atenção nela e a vejo de costas, terminando de vestir sua camisa de botão, que ainda está aberta.

— Ah, que pena. — Lamento que já esteja vestida.

Ela sorri, balançando a cabeça com minha investida descarada e se senta na beira da cama. Nesse momento, seu olhar parece atravessar minha alma, esperando algo de mim. Ou a mim, me atrevo a supor.

— O que foi? — pergunto, sentindo um arrepio por ser olhada com tanta vontade. — Você está esperando um show de strip-tease?

— Sim. — Ela não hesita em responder. Apesar do tom brincalhão, sua intenção é explicitamente séria. — É exatamente isso que eu tô esperando.

Sentindo-me desafiada, meus pés seguem seu caminho até pararem na sua frente. Retribuindo a provocação com um cinismo à altura, eu seguro o laço do roupão que mantém meu corpo coberto e pergunto:

— Por que você mesma não tira?

Sua mão envolve meu pulso, me puxando para baixo e num piscar de olhos estou sentada em seu colo, incapaz de conter um sorriso de satisfação por ter conseguido o que queria.

Mas ainda quero mais.

— El-

Seus lábios selaram os meus com uma sede semelhante à minha, e antes que eu possa controlar, um gemido escapa da minha boca quando nossas línguas se tocam. Nessa troca de intensidades, suas mãos descem pelas minhas costas e apertam minha bunda com vontade, pressionando ainda mais meu corpo ao seu.

Sem dar trégua ao turbilhão de sensações que está me fazendo sentir, ela puxa meu cabelo para trás com firmeza, e de repente o teto se torna a única visão que tenho enquanto ela beija e chupa cada parte do meu pescoço com devoção.

Quando seus selos deslizam deliberadamente até minha clavícula, parcialmente exposta pela vestimenta agora frouxa, eu fico ansiosa, pois por baixo desse roupão, eu uso apenas mais uma peça, que é minha calcinha.

Suas mãos tocam minha pele novamente e meu corpo inteiro estremece ao sentir as pontas de seus dedos deslizando lentamente a peça sobre meus ombros, tirando-a. A ideia de estar nua na sua frente não parece nada quando de repente ela para e, olhando para cima com as pupilas dilatadas, seus olhos despem minha alma, confirmando de uma vez por todas algo de que nunca duvidei: eu sou dela antes mesmo que ela me tome como tal.

— Podemos parar quando você quiser, ok? Consentir com uma coisa não significa consentir com tudo o que vem depois. — Balanço a cabeça afirmativamente, mas isso não parece ser suficiente para ela que, querendo minha confirmação em voz alta, diz: — Use as palavras, amor.

NO CURE, Ellie WilliamsOnde histórias criam vida. Descubra agora