Doze

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Esse capítulo contém mais de uma narração. Atenção.

📌 10 semanas de gestação. São Paulo.

T A T I A N A

Assim que abro os olhos vejo Raphael dormir tranquilo. A postura quase angelical me toma toda a atenção. Observo em silêncio os detalhes do rosto dele, enquanto o peito sobe e desce em uma respiração calma. Uma das mãos dele está apertando minha cintura. Meu estômago gela tal como já aconteceu outras vezes. E eu odeio o quanto gosto de sentir essa sensação.

Meu Deus, preciso voltar a dormir. Eu tô é alucinando de sono. Essa criança tem afetado diretamente minha cognição, só isso explica esse fervilhão de sentimentos a cada instante.

Umedeço os lábios e em seguida fecho os olhos novamente, me sentindo extremamente confortável com a presença do jogador ali. Minhas pálpebras pesam e eu só consigo pensar nos detalhes da conversa de ontem antes de dormir novamente.

Acordo com um cheiro que me dá ânsia. É um dos perfumes de Raphael que eu não gosto.

— Acho que quero vomitar. — minha voz sai mais rouca que o normal.

— Que susto! Achei que tava dormindo. — o camisa 23 vira de frente para mim. Está usando uma bermuda de tecido e uma camisa preta simples.

— Eu tava, agora quero vomitar. É o seu perfume. — respiro fundo algumas vezes enquanto Veiga me olha preocupado.

— O que eu faço? Tomo banho de novo? Vou embora correndo? Jogo o perfume fora? — faz careta. — Foi caro demais, não escolha a última opção.

Sorrio. Por sorte a ânsia vai diminuindo e só resta um leve incômodo na barriga.

— Tá tudo bem. — deito de barriga pra cima. — Nossa, você tá péssimo!

Os olhos inchados do jogador entregam que ele dormiu pouco essa noite.

— Você também tá, viu? — sorri baixo. 

— Culpo seu filho.

Raphael está terminando de pentear o cabelo e parece apressado. Já é quase nove da manhã. Isso explica a pressa.

— Não liga pra ela, jogador. Nada disso é culpa sua. Papai te ama e volta logo. — acaricia minha barriga tal como está se acostumando a fazer.

E sem qualquer aviso prévio, Raphael encosta os lábios na minha testa depositando um leve beijo ali. O olho confusa. Não estava esperando tal demonstração. O atacante me olha tão confuso quanto.

— Foi automático, perdão. — se afasta um pouco.

— Estranhamente reconfortante. — escapole dos meus lábios. Maldita sinceridade.

— Tá tudo bem, então? — parece preocupado com o que acabou de fazer.

— Sim. Acho que sim. — suspiro baixo enquanto ainda estamos nos olhando.

Por incrível que pareça o clima não pesou, pelo contrário, eu me sinto tranquila. Raphael se afasta devagar e sorri.

— Tenho que ir treinar, vai descer pra tomar café agora? — pergunta.

Sinto minha barriga roncar baixo.

— Vou. Seu filho tá com fome. — passo a mão na barriga.

Ele revira os olhos em tom de brincadeira e me dá a mão para me ajudar a levantar da cama.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora