Vinte e Quatro

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+18 | Aviso de Classificação Indicativa | As cenas presentes nesse capítulo não são recomendadas para menores de 18 anos.

📌 12 semanas de gestação. Madrugada e manhã do dia 30 de abril de 2023.

T A T I A N A

Uma das mãos dele aperta minha cintura com força enquanto a outra segura meu rosto nos prendendo em um beijo necessitado.

— Tati... Não podemos. — um fio de sanidade o faz afastar um pouquinho o rosto do meu.

— Você quer parar? — deixo meu desejo falar por mim.

O meio-campista nega voltando a colar nossos lábios. Nossas línguas disputam espaço enquanto eu tomo força para encaixar nossos quadris tomando o controle da situação. A confusão de hormônios, sentimentos e emoções de tudo que vivemos hoje me faz esquecer de contrato, de dinheiro ou de qualquer outra coisa.

Somos apenas Raphael e Tatiana. Raphael, Tatiana e bebê.

A camisa do Palmeiras que antes me cobria é tirada com cuidado e jogada no chão, enquanto por alguns segundos o camisa 23 admira meus seios que estão cada vez maiores por causa da gestação. Nossas peles se tocam e dividem o calor do momento em que estamos.

Sabemos que não podemos. Sabemos que tínhamos prometido que não aconteceria mais. Mas cá estamos. Me sinto nua e nem estou falando de estar sem roupas e sim de poder ser eu.

Eu, Tatiana, que supro sentimentos ainda desconhecidos pelo cara que me prometeu 800 mil reais apenas para gerar um filho dele. Filho este que a cada dia me deixa ainda mais confusa e pensativa.

Sem julgamentos, sem permissões, sem nada além de toda bagagem que estou carregando. Apenas eu, na frente dele.

Cada vez que a boca do jogador encosta por toda a extensão do meu pescoço, ombros, seios, eu sinto um fio de energia pairar em cada pedacinho do meu corpo. As respirações pesam enquanto eu me movimento em cima dele. Levanto rapidamente para tirar o restante de roupa que falta e vejo o jogador fazer o mesmo.

Urgência de afeto. É como se estivéssemos guardando tudo isso há tempos. E estávamos. O desejo fala por nós. Cada vez que nossos quadris se chocam enquanto rebolo por cima dele. Tudo que havíamos reprimido é solto, sem precisar falar uma só palavra. Apenas arfamas e gemidos nada contidos. Diferente da primeira vez, onde sequer lembramos dos detalhes, dessa vez será impossível esquecer todos os olhares que trocamos e o que eles falam. Um misto de incerteza com carinho. É quase como um pedido. Um pedido que vai além de nós.

— Tati... — o jogador arfa no meu ouvido.

Enquanto as posições são trocadas, o vejo admirar cada pedacinho do meu corpo. A barriga ali presente me faz sorrir baixo.

Desculpa por isso, neném.

Cada parte de mim anseia por mais dele. E a cada estocada sinto minhas pernas falharem mais. O modo como as mãos dele me tateiam por inteira delicadamente na mesma medida que a velocidade dele saindo e entrando de mim aumenta, me faz arrepiar por inteiro. É como se ele conhecesse cada centímetro do meu corpo há muito tempo.

Não consigo falar nada porque sequer parece que estou nesse mundo. Me perco no prazer que os olhos dele me passam. No prazer que sinto cada vez que ele me adentra mais e mais fundo.

E, quando gozamos juntos eu percebo que nunca senti nada disso com ninguém. Nem mesmo com ele na primeira vez que tudo isso aconteceu.

Fecho os olhos e permaneço de barriga pra cima. O silêncio ensurdecedor não me incomoda nem um pouco. Nossas respirações aos poucos vão se acalmando. O olho de canto e percebo que está arrumando o cabelo e vestindo o short e cueca que usava antes. Me visto também. E voltamos a encarar o teto.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora