Seis

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📌 1 semana depois da descoberta da gravidez. 6 semanas de gestação. São Paulo.

T A T I A N A

Ouço Raphael cantarolar no quarto ao lado enquanto penteio meus cabelos recém-lavados. Vamos ignorar o fato de que até o cheiro do shampoo que eu uso me deixou enjoada e eu precisei lavar o cabelo o mais rápido possível para não vomitar ali também.

Essa última semana foi mais uma daquelas semanas de adaptação. Ainda é estranho morar aqui. Não me acostumei e vez em quando fico vagando pelo corredor. Ou então durmo na sala assistindo alguma coisa.

Ainda não me acostumei com Irene pegando no meu pé por conta da minha alimentação. Muito menos com Raphael monitorando um por um dos meus passos. Entendo que os dois estão querendo o melhor para o bebê que eu carrego, mas, sendo bem sincera, eu até esqueço que estou grávida. Os enjoos frequentes que me relembram esse fato.

Não tem barriga nenhuma ainda. E não vai ter até mais ou menos os três meses. Pelo menos foi isso que vi na Internet. Até lá, aonde quer que eu vá, nem sequer posso pegar a fila preferencial. Isso parece ser a melhor parte de estar grávida.

Sento na escrivaninha que foi montada para mim e trato de terminar meus últimos trabalhos para a Versiani Swin. Esses vou fazer de forma remota, sem me deslocar tanto. Tenho que seguir o contrato. E o contrato sugere repouso.

Eu vou ficar maluca fazendo vários nadas durante nove meses.

— Tati, não vai descer pra tomar café? — Raphael abre a porta do meu quarto mas não adentra por completo.

— Acho que não. Meu estômago tá meio embrulhado. — faço careta.

— Tati... Não pode ficar sem comer. — nega sério. — Ô, Irene, ela não quer comer.

Reviro os olhos com a atitude do jogador. Agora Irene vai me obrigar a comer qualquer coisa que seja e eu terei que aceitar porque ela é mais velha, e porque ela é tão gentil que é impossível negar algo para ela.

— TATIANAAAAAAAAAA, DESCE AGORAAAAAA! — Irene grita do andar debaixo e eu não aguento a risada. Sempre lembro de minha avó.

— Calma, Irene. Não precisa gritar, era só brincadeira. Raphael não sabe brincar. — bato levemente no braço do jogador assim que passo por ele na porta.

Caminhamos juntos pelo corredor em direção a cozinha e assim que chegamos lá sentamos um do lado do outro. Aos poucos vamos nos acostumando com a ideia de morar no mesmo teto por nove meses e termos uma combinação de nossos cromossomos crescendo dentro de mim.

— Vai treinar hoje? — pergunto despretensiosa ao ver o jogador arrumado para sair.

— Uhum. Volto depois do almoço. — serve suco para mim e para ele.

Meu estômago está embrulhado, mas aceito mesmo assim.

— E você? Vai fazer o que? — me olha.

— Terminar uns trabalhos da próxima coleção da Versiani Swin antes de entregar meu cargo.— suspiro fundo.

Eu gosto do meu trabalho. Gosto das portas que ele me abriu e proporcionou, mas eu quero muito mais. Por isso estou aqui hoje tomando café com Raphael Veiga, na casa dele, grávida de um filho que é dele.

— Come direito, Tati. Esse menino tem que crescer forte. — Irene me empurra um pedaço de bolo.

Meu Deus do céu. Não sei dizer não a ela.

Deserve You • Raphael Veiga [PAUSADA]Onde histórias criam vida. Descubra agora